terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Sobre o Instinto!

Voltaire questiona:” Instinctus, impulsos, impulsion. Que potência nos impulsiona? Todo o sentimento é instintivo.” Ele entende ser “Certa combinação secreta entre nossos órgãos e os objetos origina nosso instinto”. “O Instinto nos move a fazer mil movimentos involuntários, do mesmo modo que por instinto somos curiosos, que procuramos a novidade, que a ameaça nos assusta, que o desprezo nos irrita, que o ar submisso nos apazigua, que o choro nos enternece.”
Então do mesmo modo como os gatos, cachorros e cabras, somos governados pelo instinto?!
E os animais são nossos irmãos!!! O Instinto é, portanto, uma semelhança incontestável! Contudo o instinto dos animais é mais eficiente, pois eles têm que se adaptar à natureza, enquanto nós humanos alteramos a natureza pela inteligência/ reflexão! E somente a nossa reflexão seria capaz de fazer a diferença!?
Mas eu até acho que os animais já começaram a refletir. Temos uma felina em casa que rotineiramente, para não desagradar qualquer um daqui do lar, ela dorme uma vez num quarto e noutros alternativamente, sem que isso lhe fosse ensinada.
Contudo, há uma diferença de instinto entre eu e eles, meu instinto por ouro e diamante é imenso. Imaginem o instinto aguçado dos corruptos! Não sei se esse instinto pelo ouro e pedras é modificado/mitigado pela razão ou pelo hábito herdado dos meus ancestrais! 
Acho que esse tema instinto vem sendo tratado por pensadores que se sucedem. Schopenhauer fala sobre a vontade que perpetua a espécie... Mas já falei sobre isso quando me referi no texto: A Vontade, a Continuidade e indestrutibilidade, disse: “A Vontade que é esse desejo de querer, não nego que muitas vezes no individual ela vem desprovida da consciência e até de razão, ou seja, irracional, mas de fato move a vida, sendo assim a essência da espécie, ou circunstância íntima de cada animal num instinto de conservação, em suma, uma energia desconhecida cientificamente, imperecível e de natureza simples. Bem, poderia me utilizar de Schopenhauer para saber sobre essa energia, porém o Mestre iria me dizer que a vontade de vida está na espécie, o impulso sexual à descendência, e que no individuo encontra-se apenas a consciência imediata, a fome, o temor da morte,...”
A ceia dos animais
Mas os animais evoluem sim e seguramente num futuro não muito distante terão melhores lugares. Já venho sentindo isso quando ouvi falar da ceia dos animais em que a onça convidou o corvo para comer em sua casa, mas serviu mingau na pedra plana. Já o corvo devolveu essa gentileza irônica em sua casa oferecendo o mingau numa tigela em forma de cone!
Então é o feitio do prato/comida enquanto substância/matéria/conteúdo; a forma do continente em que a matéria ou substancia é colocada; o focinho ou bico do animal faminto, como o seu corpo foi esculpido. Portanto, a partir daí o instinto encontra obstáculos, entre todos nós da natureza, uns mais outros menos, predominando a suposta inteligência para nós. Quando os animais dominarem a composição da matéria ainda que de modo bem simples e estabelecerem formas, certamente seremos iguais, pois temos instintos como eles, e serão inteiramente livres, porque serão capazes de exercer a potência da natureza desde a causa eficiente ao ato, utilizando/estabelecendo a forma para definir a coisa, como os humanos fazem.

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

Um comentário:

  1. Na verdade fiz uma pequena reflexão para nos distinguirmos dos animais pela incapacidade deles em elaborar a mínima composição e também pela forma, demonstrada na alegoria em “A ceia dos animais”.
    Voltaire questiona:” Instinctus, impulsos, impulsion. Que potência nos impulsiona?
    E os animais são nossos irmãos!!! O Instinto é, portanto, uma semelhança incontestável! Contudo o instinto dos animais é mais eficiente, pois eles têm que se adaptar à natureza, enquanto nós humanos alteramos a natureza pela inteligência/ reflexão! E somente nossa reflexão seria capaz de fazer a diferença!?

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