domingo, 29 de maio de 2016

Paradoxo da Democracia

Questão também manejada por Platão. O problema consiste no seguinte enunciado: se uma democracia é o governo da maioria, como admitirmos o caráter democrático de uma decisão da maioria que, livre e espontaneamente, resolve colocar-se sob o governo de um tirano? Assim, para quem admite cegamente o governo da maioria como postulado fundamental do regime democrático, não há saída senão admitir a justiça dessa decisão popular.
Nossa Constituição acentua:
At. 1º...
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
De uma leitura simples do artigo supra, encontraríamos o mesmo problema no âmbito do nosso direito constitucional. No entanto, isso foi afastado de vez, como mais adiante de modo simples demonstraremos.
Muitas vezes na história da humanidade, e até hoje acontece, infelizmente revelou-se verdadeira a existência de governos tiranos, maus ou incompetentes. Contudo, pensadores entre eles Popper diz que só se evita o referido paradoxo se admitirmos que a democracia não se caracterize apenas pelo governo da maioria, mas pela existência de controles que impeçam qualquer forma de governo absoluto. Popper propõe a seguinte resposta à pergunta Platônica sobre quem deve governar, ou seja, substituamos outra sobre “como podemos organizar as instituições políticas de modo tal que maus ou incompetentes governantes sejam impedidos de causar demasiados danos?”  - Karl R. Popper, A sociedade democrática e seus inimigos. Ed. Itatiaia. B. Horizonte. 1959.
No Brasil as constituições avançaram e ainda devem ser aperfeiçoadas para tirar rapidamente maus ou incompetentes governos do poder.  Vide os artigos 51 e 52 da Constituição Federal, dando suporte ao impeachment.
Então, aqui no âmbito dos poderes temos possibilidade de impeachments, não só do Presidente da Republica, mas também dos integrantes do demais poderes que se portarem em desacordo com a constituição e logicamente em afronta da Lei.  Por exemplo, os Ministros do Supremo, o Procurador-Geral da República ou o Advogado-Geral da União não estão imunes às punições quando não se portarem no estrito dever funcional. Portanto, além do Presidente da República, o Senado pode sim julgar e o povo tem o poder de representar contra eventuais violações perpetradas por essas apontadas autoridades.
O problema que tais preceitos ou mecanismos político-jurídicos são poucos usados ou invisíveis aos reclamos e ao bom uso pela sociedade.  "cidadãos de todo o Brasil, uni-vos contra os incompetentes e corruptos!"
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Referente:

Soibelman, Leib, Enciclopédia do Advogado. 1926. 3. Ed. Rio, 1981, 2ª tiragem, p.265.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A despersonalização da pessoa física – Você não é mais você, mas um residual!

Na verdade vejo com preocupação essa questão, toda vez que estivermos mal administrados.
- Observo que a pessoa física por direito não pode mais se defender, ou seja, exercer sua autotutela, pois lhe é proibido até mesmo usar armas. E assim a sua autonomia está cada vez mais no coletivo. Ao perder o Direito Natural da Legitima Defesa, o cidadão cede toda a sua incolumidade física à Polícia. E então?! perdemos a parte mais sensível que é o direito próprio de proteção ao ter uma arma legalizada mesmo em casa para se defender. Por outro lado a Policia não dá conta de proteger todos os cidadãos, pois teria que haver aqui no Brasil um enorme contingente, ou seja, milhões de soldados. Mas disso decorre que a Polícia, ante a enorme e perigosa tarefa, passa a exigir todos os direitos trabalhistas genéricos dos trabalhadores, até mesmo além daqueles típicos de sua corporação (o de greve por exemplo) mais os especiais. O serviço passa a ser vital, mais que essencial, pois a vida está em real perigo, e os direitos dos policiais superam ao da maioria média dos trabalhadores, tornando um serviço altamente complexo e caro ao contribuinte, porém, o Estado não consegue dar a justa contrapartida, e o caos da insegurança se instaura. Na segunda guerra mundial, alguns dizem que a Alemanha não invadiu a Suíça por ela se manter neutra, todavia, elencam como causa o fato de que seus cidadãos estavam armados e treinados, mas nesta questão não adentro por haver intensa literatura com os mais diversos argumentos.
E você não é mais você: 
- Assim, entra em cena um estado que supostamente contém e prioriza as liberdades positivas, como adiante explicito.
- As tecnologias são usadas, no entanto, muitas delas contra você mesmo, esquecendo o humano/individual. São desenvolvidas em favor de algo coletivo e que produzem um resultado sem a identificação de um agente determinado que tenha evitado ou mesmo causador do ato ou fato dito coletivo.
- Ocultam os sujeitos da ação, já que na verdade passam a ser os somatórios dos conhecimentos acumulados por longo tempo e por muitas mentes, num somatórios também de individuais.
- Todavia, nessa brincadeira séria, também ocultam ou podem ocultar agentes, políticos e ou partidos no Estado, com falsas armadilhas em benefícios de partes (partidos) ou maus indivíduos escondidos, e aí o grande perigo da despersonalização!
- Tem início o fim do Direito Civil com a invasão do direito público sobre o direito privado, especialmente o direito administrativo. Então o direito civil passa a ser um “direito residual”. A partir daí o direito civil age como proteção cada vez mais restrita aos direitos personalíssimos!
- O direito administrativo se volta  em atuar como o principal ramo protetor dos direitos humanos?! Veja o direito ambiental, por exemplo, cujas normas e aplicação estão permeadas pelas regras de direito administrativo!
-  Diante desse cenário, temos a idéia de que estamos pagando um sacrifício em detrimento de nosso bem estar de agora e também em benefício de uma geração futura. Contudo, quando pensamos estar a geração futura garantida, acordamos com um enorme assalto ou rombo geral nas coisas e contas públicas. Destarte, nosso sacrifício retorna ao ponto zero, e iniciamos novos sacrifícios privados, sempre em nome dos outros (seja dos bons ou dos malfeitores) e não da pessoa que vive hoje no plano real e em movimento!
- O sistema penitenciário montado para reeducar os futuros indivíduos para viverem em sociedade, mas é deturpado. Todavia, já estamos pagando a conta aqui e agora!
- Mas o papel basilar do estado está falho, como aquele que deve ter por meta a realização do direito. O Estado não garante nem o mínimo das liberdades negativas, ou seja, estas enquanto leis e instituições defensoras dessas liberdades negativas e que vêm conceituadas como sendo aquelas postas para evitar que alguém venha a prejudicar o nosso direito ou o do outro (as leis penais, por exemplo), que garantem o livre arbítrio, o direito de ir e vir, de ser julgado apenas por leis anteriores...
- Se o Estado não garante nem as liberdades negativas, quanto mais (menos) às liberdades positivas, ou dita discriminação positiva – que aqui conceituo rapidamente como liberdades positivas ou políticas afirmativas tendo como objetivo aumentar as liberdades dos mais pobres e desfavorecidos da sociedade, ainda que de caráter temporário (cotas temporárias), em prol de pessoas ou grupos alijados em determinados setores (mulheres, minorias étnicas, pessoas com deficiências e a questão do gênero etc.).
- Ao final, o Estado de polícia se estabelece, com regras e metas intervencionistas, planificadoras, restritivas de liberdade individual e do conseqüente aniquilamento da  autonomia da pessoa física!
- E, no presente e no  futuro, seremos uma mera pessoa tecnológica, e você não é mais você, mas será aquilo que criaram para ti. Todavia, poderá sucumbir ao delito contra sua pessoa ou do seu patrimônio personalíssimo toda vez que as tecnologias forem mal conduzidas pelo estado, acidental ou propositadamente falharem! Veja o carro/automóvel, por exemplo, uma tecnologia falha/inacabada enquanto máquina de punir a vida nos acidentes e do seu bolso pelas multas!
- Vamos fazer um trato! Doravante cuidamos muito bem do “Estado político, jurídico e financeiro”, questionando leis, gastos nas coisas feitas e a realizar, bem como na aplicação da lei, pois o estado já está sendo o pai e mãe de nossas liberdades e conquistas. Ah, lembre-se! Você não é mais pai, nem mãe de suas ações e movimentos, mas apenas um elemento cada vez mais a ser punido individual ou coletivamente em nome do presente e do futuro!

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

domingo, 22 de maio de 2016

Sonho Brasileiro

Quero para o Brasil um estado do bem estar social, também “transparente, visível e legível”!
Sim, nem comunismo, nem capitalismo (vide os conceitos tradicionais) ou outras formas enganadoras. Necessitamos de uma matriz pensante que intermedeie o idealismo e o materialismo enquanto principais correntes do pensamento Político da humanidade.
Contudo, sempre vejo os dois extremos querendo propor hegemonia!
Eu não quero a prevalência de tais matrizes de extremos.
Resumo: de um lado a falácia dos intelectuais orgânicos defendendo o comunismo ou socialismo e suas subdivisões com a estatização ou socialização dos meios de produção sem classes sociais e apátrida (inexistência de soberania nacional, sem fronteiras, com outras bandeiras!). De outro lado as demais correntes de direita, centradas no domínio parcial ou privado dos meios de produção num sistema de estado baseado na ordem e progresso positivista, racionalista, ou liberal por si só, cuja premissa parte da liberdade econômica para somente depois, estabelecer o reino da igualdade de oportunidades para todos! Ora, se quero a igualdade imediata, tal como o comunismo, com a socialização dos meios de produção, o faço erroneamente com o desprezo a criação, construção ou inovação enquanto frutos da inteligência humana incidente sobre coisas. Ocorre que depreciam o individual. Em especial, enquanto resultado realizado por mentes capitalistas autônomas e capazes de aplicar idéias e técnicas criadoras e transformadoras, ou seja, influenciadas pela possibilidade de prosperarem tendo como ponto inicial as nossas necessidades orgânicas pessoais, acrescidas das ambições, ganâncias, desejos e facilidades das coisas úteis e de bem estar, bem como aos vícios dos supérfluos e extravagâncias.
Minhas duvidas, os que querem a igualdade absoluta e imediata, esperam apenas do coletivo, já que enfatizam a realidade social como transformadora dela mesma! Mas podem nos levar rapidamente a submissão de uma natureza social e materialmente saturada sem a capacidade de acolher muitos preguiçosos, (vide meu texto: “A Preguiça como princípio genealógico e origem do preconceito ideológico e político”). Pois nem precisarei de esforços ou mérito, já que não pretendo prosperar sozinho, bastando seguir o curso social e interpretar os fatos da natureza, já que também não quero ser avaliado, pois pertenço à própria natureza e ela quem ira proferir minha sentença de sobrevivência ou não, caso não a interprete adequadamente. Contudo, poderão chegar ou surgir  tiranos composto de um exército de doutrinados, supostamente intelectuais, e dominar a maioria desses humanos fragilizados pela própria natureza, pois ditos intelectuais transformadores serão alquimistas, que transformarão nossos produtos (enganosamente), mesmo sem qualquer agregação de valor mercadológico, em ouro! Daí eu fico a pensar: Há uma profunda inversão, pois na doutrina materialista somos uma matéria pronta e acabada pela natureza no sentido de que nosso esforço e produto enquanto trabalho, está neutro da ganância e de flutuações, sendo quem nos guiará, pois não precisamos de formas idealmente preconcebidas, senão a aceitação do que somos feitos, e da interdependência do outro e o outro de mim, inseridos numa realidade social. Sempre partimos da realidade para conhecer as coisas, “é o que é, um valor por si só”!
Mas a contradição se estabelece, pois no comunismo está cheio de humanos lobos disfarçados de iguais, quase sempre a mentira prevalecendo sobre a verdade! Ditadores, demagogos, caudilhos e doutrinadores e supostos intelectuais “se disfarçam também pela forma”, com peles “a matéria lã” de ovelhas, mas vivem como lobos, usufruindo dos melhores pedaços de alimentos, da carne nobre! Por quê? Corrompem o Estado e se apropriam de tudo, distribuindo apenas migalhas. Mas a chamada distribuição igualitária da abundância se resume na entrega de tutela educacional aos doutrinados, pois oferecem signos prontos para o "saber praticar” um discurso preconcebido de chavões, sem inovar ou criar coisas, mas coisificar (reduzir o homem e sua consciência a coisa, objeto ou valores materiais) pois tudo o que é dos outros, não é fruto da prosperidade ou inteligência, mas apropriação indevida das coisas de todos! Seus líderes (ditadores) até surgem entre os iguais, mas em pouco tempo se transformam, pois diante da ganância deles mesmos e da cegueira e fanatismo de seus leigos seguidores, se transformam em feras contra os seres reais que eles mesmos conduzem ao fracasso.
no capitalismo os lobos são vistos e são verdadeiros estão em diversos lugares! Pois antes de tudo idealizarem estão materializados. No entanto, uma vantagem nele se desponta, pois quando são perceptíveis posso me transformar num deles ou fugir deles. Ao contrário, no comunismo ou mesmo do socialismo, haverão mais cavernas de emboscadas feitas por falsas pessoas mas verdadeiros lobos que se dizem da mesma ordem dos iguais.
A ideologia socialista - autodestrutiva, retirando os valores tradicionais existente, especialmente de pátria, bandeira, território, língua. Dividem a maioria em minorias e a conceituam em signos como, gordos, magros, elites, miseráveis..., objetivando fracionar para conquistar a maioria esfacelada. Contudo, quando efetivamente em prática há fuga da própria premissa, uma vez que esmagadoramente praticada por falsos ideólogos através de discursos fraudadores dos fatos sociais, para praticar a usurpação de receitas e valores, pois as vítimas são atraídas através de mentiras e desfaçatez onde muitos seguidores sem uma boa razão formada são levados ao engano!  Mas na contradição pregam um ideal de mundo comum que na realidade eles não vivem, senão num capitalismo esbanjador, sectário aos demais companheiros, já que ficam ocultamente afastados no âmbito da prosperidade individual e da realidade local, com as garantias financeiras depositadas noutros continentes! Não querem o conceito de pátria, pois não pretendem que a soberania exista, podendo entregar territórios! Preferem começar por doutrinas regionais como o bolivarianismo, por exemplo!
No contraponto, o mundo capitalista peca na liberdade e igualdade  do indivíduo como pressuposto de construir uma sociedade que nunca se completa, pois os impostos e o próprio Estado são vistos como um mal, devendo se limitar a mera segurança das liberdades negativas, já que o resto virá com a prosperidade que supostamente atingirá a todos. E assim, nesse capitalismo nada interessa a realidade existente, pois não preciso partir dela ou interagir com ela, mas sim ter capacidade ou mérito de prosperar explorando. Como exemplo, os aposentados são vistos apenas na razão numérica (aritmética) de contribuintes versus beneficiários, pois nessa lógica de discurso a base contributiva não se sustentará diante de uma população doravante em envelhecimento acentuado. No entanto o objetivo analítico dessa projeção simplista, visa o fortalecimento da previdência privada ou complementar entregue aos bancos. Ocultam que o sistema previdenciário deve ter base nas riquezas produzidas ou potencialmente existentes na nação com a contribuição social (tributária) arrecadada e partilhada por todos (universal). Não dá para aceitar que prevaleça a lógica de que somente após minha prosperidade, se sobrar uma parte depois de abastado, poderei dividir ou contribuir com os demais sistemas de políticas públicas, entre elas o sistema previdenciário.
Pude perceber!
Temos que mudar, priorizando a transparência sobre o regime político!
Imagino algumas providências fundamentais e outras vocês podem completar:
- Queremos recolocar a bandeira nacional no país, enquanto unidade de soberania;
- Queremos um Estado Brasileiro, jamais uma região Unasul nos moldes bolivariana;
- Queremos prioridade diante do bem estar social equilibrado: com a valorização do capital, trabalho, individuo, conhecimento e sociedade;
- Que a produção (ação) supere a inação (a preguiça), pois é o movimento e ação que produzem bens e coisas das quais gerarão impostos para financiar nossos direitos e liberdades, considerando que estamos fora do direito natural puro (aliás, que muitos doutrinados pensam que ainda estão nessa fase natural!) já que a natureza por si só não nos sustenta sem a tecnologia adequada.
- Que o segundo motor, além do primeiro e original que é Deus, seja a educação com alunos e professores inteligentes e “interessados”, sendo cobrados com efetiva presença em sala de aula adequada avaliação de qualidade;
- O intenso combate a corrupção, de modo que caminhemos rumo a uma sociedade transparente: “visível e legível” – com os três poderes tradicionais vigiados em seus gastos, serviços, bens e receitas com qualidade e eficiência;
- Que o engano de que Estado corrupto deriva de um povo corrupto seja desfeito: "Portanto, quem pensar que o Estado corrupto deriva dos indivíduos também corruptos, não está plenamente certo. O Estado sintetiza os fins da sociedade, mas não o individuo que por sua vez este uno também não sintetiza a sociedade."(vide texto: Sobre a Sociedade, o Estado, o Povo)
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Sobre o Socialismo e Comunismo

Estou postando um texto como simples observação, desprovido de posição científica.
Muitos dirão que tais conceitos não podem mais ser usados sem que fizéssemos um estudo complexo de sua evolução real e conceitual, pois o conceito literal certamente seria arcaico e ultrapassado por inadequado neste meu tempo!
Na verdade para conceituar teríamos que discorrer sobre alguns pressupostos, por exemplo, quem seria ou se ainda existe a classe de proletários verberado nas teorias, bem como o conceito de igualdade. Mas seria longo e cansativo, e teria ainda que me estender sobre igualdade, liberdade e fraternidade enquanto ideais desde o iluminismo. Se bem que já escrevi em textos anteriores aqui postados.
Bem, imagino que estamos cordatos pelo menos da forma conceitual tradicional de que o comunismo é um sistema econômico e político que só admite a propriedade estatal dos meios de produção (terras, fábricas, minas, mercadorias produzidas, etc.), abolindo a propriedade privada dos meios de produção. Pretende usar a luta armada na tomada do poder pelo proletariado.
Segundo meu dicionário, o lema principal do comunismo é: "a cada um segundo sua capacidade e suas necessidades" e "quem não trabalha não come". Pergunto, será possível?

Outro ponto, O Estado será necessário até atingir a fase comunista, após deverá desaparecer. Passando apenas a administração das "coisas". Mas sempre ocorreu o contrário, o crescimento enorme da burocracia!
No socialismo a base ideológica tem como objetivo incorporação dos meios de produção à coletividade. A coletivização dos meios de produção, objetivando a supressão das classes sociais, usa-se de processos parlamentares de luta.
Contudo, quando há mistura dos dois sistemas político/ideológico partidário comunistas e socialistas, não fica bem claro se querem tomar ou permanecer no poder através de procedimento parlamentar ou pelo uso da violência, a luta armada!

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A Origem Ideal e Material da Cadeia da Igualdade

Mas se quiser ser feliz apenas consigo mesmo, fuja para uma montanha, uma ilha (ou lugar ermo) de difícil acesso. A montanha ou esse lugar ermo vai lhe transformar, pois o conhecimento virá das coisas contidas na natureza e se quiser aprenderá apenas por necessidade orgânica. Você não será criticado, já que sozinho se sustentará e se moverá tão somente pela natureza. Contudo, não se esqueça que também poderá chegar nesse lugar algum idealista estabelecendo a prosperidade. Sim, dotado de idéias provindas do conhecimento que incidem sobre as coisas, transformando a montanha num lugar de negócios e oportunidades, integrando essa parte isolada, agora ao capitalismo global. O recém chegado extrairá a madeira, as pedras de mármore, ouro ou outros produtos economicamente aprazível, cultivando plantas, podendo edificar castelos para fins comerciais ou de turismo, e você diante dessas novas coisas se sentirá novamente unido/integrado ao mundo.
Mas isso por si só não será o único perigo. Num dado instante poderá chegar um materialista e dizer que ele pertence à terra (a montanha) e que (a terra) este planeta não pertence a ninguém, mas sim de todos, um local comum. Dirá que tudo o que foi extraído da terra se constitui no resultado de um roubo contra a vítima natureza e, por conseguinte, atentando contra as vidas humanas atuais e as que vierem a ser concebidas. A vantagem de você ter chegado primeiro à montanha está no fato de que ele não poderá incriminar sua pessoa, dizendo que até então o que acumulou foi fruto da exploração do trabalho alheio, uma vez que estava só. Essa é a vantagem contra injuria e difamação ideológica da alegada apropriação com a exploração do trabalho de outrem.
Contudo, de qualquer modo, o fruto do seu esforço proveniente da prosperidade natural e também daqueles que por último se estabeleceram, integrarão o monte de bens e coisas a ser partilhado, com ou sem exploração alheia, pois terá como fundamento o aludido crime contra a natureza por si só. Por óbvio, com base nessa dita dialética de que a terra não pertence a ninguém esse militante dirá que por tal razão que o produto assim extraído também a ele pertence! Todavia, se chegarem ao mesmo tempo muitos socialista (materialista), a natureza não será suficiente para produzir de modo temporal a quantidade de bens e produtos necessários à todos, e a tecnologia, as novas ideias serão necessárias.
Ocorre que alcançarão o esgotamento das coisas diante do finito material desse determinado espaço e tempo para sobreviver na montanha. Notório que as necessidades dos corpos humanos são determinadas pelas Leis naturais decorrentes da boa evolução, vindo lentamente há milhões de anos. Mas a natureza organizou e dividiu as demais coisas de que basicamente dependemos, em espécies, seja em animais e vegetais, colocando em cadeias de ordem produtiva, reprodutiva, vida, morte, com determinação de local/espaço, tempo e de relações materiais entre os corpos. Disso decorre que somente as técnicas e a ciência podem interferir na natureza de maneira procedimental e sem danos, pois essa parte provém das idéias, que está além do mundo material, não encontrando limites nele, senão no conhecimento.
Portanto, sem esse pressuposto do conhecimento, tudo o que dividirem em comum será escasso. Em pouco tempo clamarás para que cheguem alguns humanos com novas tecnologias sobre as coisas. Com instrumentos de conhecimento para que possa alterar a natureza a tornando mais eficiente, recolocando a terra limitada diante do infinito mundo da ciência e tecnologias, transformando ou criando coisas e bem estar não produzido diretamente, no seu modo natural de tempo e espaço. Sabido, que milenarmente as coisas dadas pela natureza foram cronometrados em quantidade e qualidade então suficientes aos autóctones e respectivo bioma pela antiga mãe natureza.
Aqui o que quis dizer resume-se numa macrovisão ideológica e que não vivemos sem a cooperação material ou ideal. No mundo intelectual é possível fazer das coisas finitas uma ideia multiplicadora (colocando o mundo das coisas no incondicionado). No entanto, vivemos no mundo material e é ele que nos movimenta.
Não paramos aqui.
Então, você já pensou de onde veio, com quem vive e quem são seus ascendentes?
A resposta é simples, estamos envolvidos numa cadeia humana condicionada e você é parente consangüíneo de muita gente!!!
Em verdade, primeiro vim de um pai e mãe e então dependi de 2 (duas) pessoas para estar aqui, em determinado tempo e espaço, tendo origem em famílias supostamente  diferentes que convergiram em mim e também divergiram em outras linhas de gene que no futuro poderão partilhar com nossos descendentes. No entanto, isso não pára numa simples cadeia de ligações, pois nossos pais tiveram os pais deles, os avos. Assim, já são 4 (quatro) pessoas diferentes, que por sua vez cada um teve 2 (dois) pais cada (os bisavós), totalizando 8 (oito) das quais dependemos para estar aqui. Ou seja, sempre dobrando o número de pessoas que somos interligadas diretamente, fora as linhas colaterais. Então, de modo simples, você pode não ser parente de todos, mas terá inúmeros parentes, muitas vezes desconhecidamente ao seu lado, cuja origem poderá estar na rede de convergência e na divergência desses mesmos genes que possivelmente farão novas convergências com nossos descendentes. Portanto, temos ligações humanas de todas as origens genealógicas, em gênero, número, grau, com as mais variadas características e qualidades, alto, baixo, feio, bonitos, cabelos e peles diferentes ou iguais, pobres e ricos, instruídos ou não.
Assim sendo, permito falar a vocês algumas coisas daquilo que eu gostaria que me dissessem para ouvir, pois são meus próximos:
Nos dias em que eu esteja idiota, educadamente me digam, “você está idiota”;
Quando eu defender acima da vida ou da amizade uma religião, time de futebol ou partido político, me diga, “você está sendo fanático”;
Quando me tornar simples militante de uma idéia política e sobreviver do dinheiro de todos e de verbas subtraídas do Estado, sem o trabalho proporcional aos meus esforços, inteligência ou dignidade das conquistas, ao lado da corrupção e demais crimes, me diga: “você é conivente, mas pode se penitenciar”; Somos de uma forma ou de outra, irmãos;
Que também me diga, você pode ajudar o outro com coisas úteis, com seu trabalho intelectual, manual, técnico, científico, de produção, e demais formas transformadoras.
Que me diga ainda: uma pátria boa começa pelas crianças bem cuidadas e educadas;
Que entenda que uma pátria que doa apenas papel moeda aos necessitados faz a simples caridade empobrecedora e formadora de uma nova aristocracia de tutelandos seja capitalista ou socialista.
Que depois de longos anos de bom viver, quando morrer, ouvir com sinceridade, “você está morto”, pois de tão bom estar aqui, posso não lembrar esse evento!
Portanto: Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.” 

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira