Procuramos
a inovação, criação, reinvenção, porém, não pensem que somos sempre criadores.
Claro que podemos muito, pois já disse isso no texto “Sei que sei, mas não sei
do que sei”.
Somos em regra apenas ornamentadores das coisas conhecidas. Contudo, podemos lançar um novo olhar sobre o existente, como por exemplo, qualificar a Democracia em “visível e legível”. Algumas profissões estão no campo da criação/invenção e outras mais para a repetição e reprodução, ou mesmo na imitação. O Direito atua mais no campo da proteção (Vide o texto, O Efeito Sombra do Direito).
Somos em regra apenas ornamentadores das coisas conhecidas. Contudo, podemos lançar um novo olhar sobre o existente, como por exemplo, qualificar a Democracia em “visível e legível”. Algumas profissões estão no campo da criação/invenção e outras mais para a repetição e reprodução, ou mesmo na imitação. O Direito atua mais no campo da proteção (Vide o texto, O Efeito Sombra do Direito).
Como
diria Pierre BOURDIEU, nós viemos de um sistema Escolar, onde há a repetição
dos estereótipos (reproduzir).
“Toda cultura escolar é necessariamente
homogeneizada e ritualizada, isto é, rotinizada pela e para a rotina do Trab.
Escolar, a repetição dos estereótipos
(reproduzir). Todo SE (sistema escolar) detém
necessariamente o monopólio da produção dos agentes encarregados de reproduzi-los formando novos reprodutores,
e envolve a tendência à auto-reprodução perfeita (inércia). A perpetuidade da rotina sem a novidade.”
São
pouco os que criam, e outros pretendem ser chamados de excelências (como o
relógio Big Ben, marcando as horas
repetidamente e com perfeição), mas somente imitam ou reproduzem o existente. Brilhante
aquele que criou a lâmpada, ou quem dividiu o átomo como fez outro gênio.
Algumas profissões são facilitadoras, ou participam de inventos de menor
significância. Portanto, são muitos os que sabem ser apenas facilitadores dos
cidadãos e de até alguns gênios em suas relações, quando sobre elas pairarem
obscuras e conflituosas relações. Já que “Aristóteles
distingue entre ciências teóricas, ou sobre a razão; ciências produtivas que
visam à técnicas de bem-estar; e ciências práticas entre as quais se contam a
Política cujo o objeto é o interesse comum e governo da cidade.” (33)
Mas
nem tudo está perdido, ante a imitação ou reprodução! Podemos nos espelhar no
que Maquiavel disse: “Porque os homens.
Quase sempre, caminham por estradas batidas por outros e agem por imitação.
Mesmo sem conseguir repetir completamente as mesmas experiências, nem
acrescentar as virtudes de quem imita, deve um homem prudente utilizar os
caminhos já traçados pelos grandes. Sendo excelentíssimo imitador, se não
alcançar o sucesso, que, ao menos, aprenda alguma coisa.”
Se
não estiveres tão preparado para reinar, certamente não terás um reino, mesmo
que tenhas as qualidades de Hierão de Siracusa. Mas sempre poderá participar do
sistema Democrático visível, pois já está “centrado no povo”, ou seja, Aristóteles afirmou:“por um determinado
ponto de vista, governar e ser governado é a mesma coisa.” (257). Portanto, imitamos a democracia antiga, porém, inovando e lançando novo olhar sobre os pontos obscuros e contraditórios.
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
Referente:
BOURDIEU,
Pierre & PASSERON, Jean Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do
sistema de ensino. Rio de Janeiro: F. Alves, 1982. p.15-75.
Esse texto espelha meu desabafo contra os que se dizem sábios. Lêem, escrevem um livro ou dão lições e se dizem doutores! Muitos fazem sem qualquer criação, avocando como sapiência própria sobre o já existente, ou seja, tão somente imitando, reproduzindo.
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