domingo, 7 de fevereiro de 2016

“O processamento”. O cuidado com integralidade financeira da inatividade.

Aos meus Colegas de Carreira e demais Carreiras Jurídicas. Dois pontos pedem considerações.
Falo dos processos judiciais, as causas, e o respeito às leis em relação ao excessivo apego aos livros;
Alerto ainda sobre o cuidado financeiro com a carreira na jubilação/aposentadoria, enquanto decano tempo de paridade e integralidade de valores financeiros, que até então (2015) existiu enquanto fundamental reserva estatutária e constitucional atrativa para novos ingressos de dignos defensores da coisa pública, pois isso está em vossas mãos em lutar em manter por esse atrativo direito!
A palavra processamento pode ser entendida de modo amplo. Mas é isso mesmo que eu quero!
Uma causa judicial ou administrativa passa por um processamento”.
Por favor, meus Colegas, parem de ler doutrinas e jurisprudências e as montanhas de livros que os mercadores do direito produzem e reproduzem. Apenas vejam as leis vigentes e se utilizem da técnica que a universidade lhes entregou! Assim, o processamento dos feitos serão mais simples e rápidos!
Quando eu leio um texto, faço o processamento; quando me alimento, o mesmo ocorre. Quando fabrico um produto também faço um processamento. Mas quando passo o tempo todo lendo ou me alimentando, é evidente que no primeiro caso não penso; no segundo apenas engordo; no terceiro caso, quando apenas fabrico um produto, esqueço de pensar na venda.
Diz Schopenhauer em síntese que, “quando lemos outra pessoa pensa por nós” (pag. 127)! Isso porque a leitura faz com que apenas repetimos (pelos outros) o seu processo mental. Quando lemos em demasia dispensamos grande parte do trabalho de pensar. A leitura nos alivia, pois ela faz com que deixamos de nos ocupar com nossos pensamentos, e fazemos da nossa cabeça durante a leitura uma arena de pensamentos alheios.
Então, parem de serem imitadores banais, repetindo a doutrina e jurisprudência, mas repitam apenas os Códigos, não sendo arena ou palco aos outros atores do direito!
O que vos digo, pode lhes chocar! Deixem aos Deputados legisladores a arte de valorar e sintetizar o pensamento do povo na Lei e, por conseguinte, reproduzam as leis nas causas em processamento.
Vocês, como eu também fui, são como aqueles que passam o tempo todo cavalgando ou dentro do carro na cidade, mas com isso desaprendem a andar/caminhar.
Vejam, por acaso minha pequena biblioteca tem poucos livros, “olhei” um pouco mais de uma dúzia dos clássicos, o resto poderá permanecer até a petrificação para que os paleontólogos literários possam observar. Assim será os vossos processos, petrificados, se não atenderem o pensamento da Lei do povo.
Digo mais, tem coisa que não se faz ou se constrói somente nos livros, mas na família e na escola. Por exemplo, o ensinamento ético e moral. Na escola, em razão da república e seus laços, devem ser dispostos os melhores livros selecionados. Contudo, desde que na medida para que não haja a saturação do pensamento, nem exceda os objetivos da nação; Na família o respeito em tudo aquilo que pode ser compartilhado, com reflexos desde a tenra idade até o dia final. Salvo, é claro, se vossos pensamentos, forem do tipo Sartreano em ser apenas livre, tal como ele “a liberdade é absoluta ou não existe.” “vim do nada e me construí”.
Daí você será uma essência absoluta em si e desprezará a república e vossos pais, e não respeitarás o próximo, principalmente se ele estiver aposentado, pois nem precisará contribuir com o sistema previdenciário que resulta na solidariedade social, do qual não usarás! 
Quanto à Carreira.
Desprezará vossa carreira não lutando por uma aposentadoria realmente integral e paritária, para que possa atrair os melhores profissionais que pensam numa justa jubilação, enquanto principal forma de valorização do trabalho e atratividade no serviço público. Saibam os senhores que a AGU, que hoje (2015) integro no quadro de inativo, se não estou exagerando, era a única carreira jurídica que a aposentadoria de fato era integral e paritária, como um dos poucos atrativos que tínhamos. E agora, com penduricalhos e exclusões dos aposentados, como ficará, pois os nossos subsídios são os menores da república?!
Deixarão assim que o patrimônio público fique entregue nas mãos de agentes temporários que pensam na imediata satisfação pecuniária, recebendo graúdos penduricalhos, como verbas indenizatórias, ou pró-labores e/ou honorários faciendo/gratificações, advocacia privada, já que esses itens excluem seus Colegas já jubilados do trabalho. Depois serão angustiados como Xerxes: Contemplarás um exército de lutadores (na carreira), pensando que daqui a cem anos nenhum desses homens estará vivo e sentiria vontade de chorar, pois você também não terá futuro, senão lutar/trabalhar até a morte! Então, lutem para que os concursos sejam feitos pelas Universidades, ou fiscalizados dentro das disciplinas padrão, para que nenhum aventureiro adote sua tese como absoluta fora do âmbito disciplinar; Não tomem atitudes antirrepublicanas; lutem para que os códigos e leis sejam claros e com efetiva aplicação. Valorizem a carreira através do atrativo centenário da verdadeira aposentadoria integral. Caso contrário, façam o seguinte favor: sejam atores de causas nômades, sem essência coletiva (com a coisa pública jogada na rua) e fujam para o deserto! Bem, poderia dizer mais, mas seria prolixo. (pois iria falar do abuso hoje existente aos demais aposentados e dos Fundos falidos pela mão invisível dos corruptos, mas me faltariam dados e estaria emitindo meras opiniões, ainda que evidentes!) (redigido ainda em 2015).

Milton Luiz Gazaniga de oliveira

Um comentário:

  1. Esse é o pecado! No direito temos o hábito de procurar fundamentar até mesmo as coisas óbvias, citando livros, doutrinas... Schopenhauer faz críticas inteligentes, dizendo que “quando lemos outra pessoa pensa por nós”. Assim também ocorre na escola, ensinamos os alunos cansativamente a ser leitores em demasia, dispensando grande parte do trabalho de pensar. Na escola, em razão da república e seus laços, devem ser dispostos os melhores livros selecionados. Contudo, desde que na medida para que não haja a saturação do pensamento, nem exceda os objetivos da nação.

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