Mas os monarquistas, autocratas, aristocratas,
totalistas/ditadores..., são aqueles que costumaram em defender dogmas. Não
enxergam ou não querem constatar os substratos das determinações no tempo, pois
tal como na sua época passada imaginam jamais deixar de estar estabelecido
aquilo que permanecia, não aceitando mudanças. Eles advogam o princípio
pré-socrático da permanência “nada provem do nada”. Anaxágoras: como poderia o
cabelo nascer do não-cabelo? - que o Ser não poderia vir do não-Ser era a
afirmação de que nossos alimentos deviam conter as partes de tudo o que em nós
aparece. Mas de um modo errôneo. Logicamente, numa análise primária, de fato,
nesse dilema não aconteceria coisas novas em relação à substância em si, e assim
a permanência sem uma dinâmica se imporia até ao futuro! No entanto, sabemos
que muitas vezes, para não dizer sempre, a matéria não se perde, mas apenas se
altera ou muda na substância constituída, pela maneira ou os modos como
representamos a existência das coisas, seja ainda pelo denominado acidente (ex., o
movimento como acidente da matéria), variáveis, inerência, enfim são
determinações que eu Milton não consigo ir mais além. Os defensores da permanência apoiam como era ou foi à forma de governo nos tempos vividos e se opõem a democracia. Mas a
democracia transforma em todos os modos relacionados ao seu exercício no seio
dos poderes, incluindo pessoas, grupos e determinadas profissões e até
carreiras jurídicas.
Os atrelados na permanência acima denominados exercitam
a retórica ainda que de forma indireta, mesmo sem caracterizar o binômio
maniqueísta do bem e o mal, mas sim com argumentos sofistas bem sucedidos, pois
seus fundamentos têm apegos na antiga razão. São ornatos que poderão persuadir
facilmente o vulgo, o homem mediano e até o cientista de outra área, podendo até estabelecer o obscurantismo no Estado, ou seja, um poder invisível. Exemplo,
perguntasse ao homem leigo, qual é o peso da fumaça? Responderia pela
impossibilidade de se saber sobre essa medida; se fosse perguntado ao cientista
político, ao sociólogo..., responderia com toda a imposição que o peso da
fumaça poderia ser encontrado, pois esse peso seria o resultado da diferença
entre o peso da lenha e o peso da cinza que restou da queima, pois nada se
perderia com o fogo, como conseqüência do princípio da permanência apenas as
formas se alteram. Contudo perguntado ao profissional da área, seja ele um
químico, concordaria em parte, porém, diria que esse raciocínio não é dos mais
corretos, uma vez que no evento combustão outros elementos do ambiente seriam
agregados, o oxigênio por exemplo. E assim acontecem em outras áreas. Na
matemática, ao ir de minha casa até o supermercado posso argumentar que é um
alvo/objetivo matematicamente inatingível, uma vez que se eu fizer a primeira
medida de distância a percorrer, por exemplo, 100 metros, poderia dividir essa
distância em infinitos segmentos!? Claro, essa divisão matematicamente se torna
possível de indicar frações ao infinito! Mas então nunca poderia chegar ao
ponto eleito sem percorrer o infinito. Mas como percorrer o infinito?! e
estaria dispensado da tarefa! Contudo, minhas premissas estão mal postas ou
empregadas equivocadamente, e nem sofista fui! Digo isso por achar que em nosso
meio, tal como na política até os medíocres sofistas conseguem impor uma
errônea permanência de privilégios e diferenças em detrimento da verdadeira
ciência que estabelece formas e procedimentos de se buscar o conhecimento,
invenção e produção, assim como a igualdade de atores enquanto indivíduos,
profissões ou sociedade. Sem o necessário apego pela ordem divina ou vulgar,
cujas premissas equivocadas poderão nos levar a caminhos impossíveis de se
chegar à democracia, pois não seríamos capazes de compreender a mais simples
sucessão natural, no comum exemplo da lenha, do fogo, cinzas e nutrientes, pois
nesta sucessão não há cinzas sem o bom fogo, o fogo total, o mais vivo de todos
os fogos (com o bom vinho, claro...!).
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Procurei demonstrar argumentos sofistas, como o peso da fumaça pela junção da física e química. Assim como a impossibilidade de cruzar o infinito pela falsa abstração matemática.
ResponderExcluirSurge uma reflexão para aqueles que não querem mudar, e continuam com antigos pensamentos, especialmente na política – As antigas práticas. Em destaque o princípio pré-socrático da permanência “nada provém do nada” - o Ser não poderia vir do não-Ser. Alertando para a sucessão natural e inevitável da boa mudança.