Das
coisas universais umas são proibidas, outras permitidas. Algumas coisas,
substâncias ou bens, são universais, mas podendo ser regionalmente proibidas num local e
permitidas noutros. Algumas afetam todos e de modo universal e outras são
restritas. As coisas ou elementos universais mais abundantes são a terra, o
fogo, a água e o ar, e quando delimitam pessoas, coletividades, ou ultrapassam
fronteiras e continentes, devem ser supervisionadas, especialmente por todos
através de governos, pois são no mínimo um meio pelo qual podem levar as necessidades ou abundâncias. O instrumento de proibição que controla as coisas e pessoas em
regra é a Lei, umas proíbem, outras até proíbem proibir, bem como proíbem
permitir e grande parte delas são de conteúdo negativo para que a liberdade
seja geral em determinados pontos, especialmente no que diz respeito ao bem maior que é a vida (ex.
matar alguém, pena de x anos). A proteção da vida individual e coletiva se
torna o primeiro marco regulador das permissões e proibições. Depois vem outros
bens, coisas ou substâncias que aparecem diante dos marcos reguladores das condutas
e ações humanas. Notamos que a maioria das normas de proibições incidem sobre
as coisas materiais. Diríamos que incidem sobre a alma material que conceituo
como aquilo que é dominado pelos cinco sentidos,
pois em regra estão relacionados com a percepção do meio interno e externo e
para alguns filósofos as coisas só existem em funções deles que são o olfato,
paladar, visão, audição e tato. O meio interno e o externo proporcionam uma
grande variedade de sensações, podendo para uns ter intensidades diferenciadas de
indivíduo para indivíduo, (como o vinho que é mais apreciado e degustado
moderadamente após transcorrida a juventude, segundo o antigo deus grego
Dionísio), que são percebidas através do nosso sistema nervoso que terminam ou
se conectam nos nossos órgãos dos sentidos e geralmente incidem sobre as coisas.
Quando ando na floresta elevo meus sentidos, seja pelo perfume e cores das flores,
ou o aroma das folhas e galhos, também pelo frescor das sombras, o brilho, o som das águas e
me sinto bem. Vale ressaltar que os órgãos se constroem e se destroem pelo
fator tempo e ou antecipadamente pelo seu mau uso ou por moléstias. Então,
a causa final do nariz (olfato) não é somente para suportar os óculos e as
orelhas (audição) para carregar brincos, os dedos (tato) para os anéis, os
olhos para circunscrever em cores de tinta, a boca para ornamentar de cores e
piercing ou discursar. Portanto, nesses quesitos estamos cordatos que a causa
final deve ser preservada e toda proibição ou permissão deve ser mantida dentro
dos graus que não pervertam nossas faculdades. Todas as coisas e substâncias
que pervertam ou favoreçam essa verdade universal podem ser regradas, pois tem
substâncias, coisas e bens que destoam disso. Contudo, temos outras de caráter
externo vindo da natureza e dos outros seres que também nos afetam, por exemplo
o meio ambiente desajustado de um modo geral, mas também a calúnia, difamação,
a falta de ética e moral e os maus costumes. Já a alma puramente espiritual,
onde se encontram as idéias, a razão e quando residir apenas no plano volitivo
sem que haja exteriorização pelos sentidos, não é dado proibir nem permitir,
tão pouco doutrinar, senão educar, pois somente um sistema de governo
totalitário pensa em regrar o espírito do povo. Mas a exceção disso decorre que
a vontade, o desejo, ainda no plano imaterial, deve ser controlado pela razão
com uma boa formação, para que evitemos a tragédia e estimularmos as
realizações individuais e coletivas no campo intelectual e material.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
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