O
cuidado ao escrever sobre determinados temas reside na possibilidade dele ser
classificado dentro de uma linha de pensamento.
Posso
dizer que o “Espírito da Nação” se faz presente na sua formação cultural,
histórica, usos e costumes, em especial na capacidade intelectual. Esta enquanto
responsável pela manutenção e desenvolvimento desses traços contidos no referido
Espírito da Nação.
Por
outro lado, posso também afirmar que a “Substância da Nação” pode estar contida
no seu território, nas condições e diversidade do clima, recursos naturais que
possibilitem o surgimento dos produtos, bens e serviços. Encontra-se ainda nas características
do seu povo, nas suas etnias (o termo etnia aqui usado sem a conotação de raça,
mas nas maneiras de agir, habilidades e de se expressar), etc. Com isso devo exaltar o Brasil como sendo uma sociedade
aberta e plural, não havendo lugar ao totalitarismo de esquerda ou direita, seja
socialismo, capitalismo ou qualquer matriz ideológica unitária. Como justificativa desse
ponto lembro-me de Platão na sua república em que defendia a ideia de uma
sociedade fechada, fundamentado no combate a degeneração do mundo sensível ou
pelo menos ele queria amenizar o afastamento do seu modelo original (a ideia pura).
Então Platão dava um modelo na sua república, defendendo uma sociedade de
classes, pois cada classe exerceria suas funções sendo vedado se imiscuir nas
tarefas uma das outras (ao carpinteiro a tarefa de carpintaria, ao sapateiro a
sapataria), combatendo a degeneração no mundo sensível dos homens e das coisas.
Tal pensamento platônico originou inúmeras e pesadas criticas a tais supostas e subsequentes sociedades, sendo também rotuladas como sociedades racistas e ou fechadas. Veja,
pois Platão formulou a ideia de que os casamentos se dessem no seio da própria classe:
“É preciso, de acordo com o que
estabelecemos, que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores
o maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores,
e que se crie a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o
rebanho se eleve às alturas, e que tudo isto se faça na ignorância de todos,
exceto dos próprios chefes, a fim de a grei dos guardiões estar, tanto quanto
possível, isenta de dissensões.” (Platão. A República, Martin Claret, 2004,
pág.154-155). Portanto, num sério combate ao modelo platônico, determinados
pensadores viram nisso um pensamento nacionalista e ainda totalitário enquanto
origem de uma sociedade fechada e quiçá racista.
Portanto,
se foi ou não um pensamento aplicado no passado por determinados povos, ou
apenas uma coincidência circunstancial, o fato é de que no Brasil o povo não
tem qualquer traço étnico de segregação, seja pela sorte ou espírito cultural.
E, portanto, tornou-se mais um elevado fator substancial de um povo
diversificado.
Assim,
nosso povo e território, enquanto recursos materiais/substanciais de uma nação têm-se
como fértil o que possibilita dizer que detém as características de uma
sociedade aberta e plural (exceto casos pontuais de segregações afastados e ou
dirimidos através de leis suficientes), retirando a razão dos discursos
genéricos de ideologias farsantes e impostoras que veem segregações ao pregar falácias
destoantes do espírito e da substancia da nação, levando “cabeças ocas” em optar por disfarçados métodos ideológicos usados
em países de lideranças únicas, supostamente em nome de um coletivismo, porém, opressores
e totalitários. Aqui ainda falhamos e devemos melhorar a transparência, visibilidade
e legibilidade dos negócios e coisas públicas.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
(texto
sujeito a alterações e correções)
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