Temos
duas formas de encarar a corrupção. Uma delas em fazer discursos atribuindo esse evento danoso ao plano social, utilizando-se de um método sociológico, dizendo que é um
problema social decorrente de um povo deseducado, explorado, etc., e que se não
educar o povo não há como resolver esse dilema exclusivo da sociedade! Ou
seja, a solução vem da sociedade para o indivíduo!
Bem,
exageradamente, poderíamos dizer então que primeiro deveríamos todos cumprir
pena juntamente com os corruptos e sermos coletivamente educados! Sim, pois de uma
forma ou outra já somos punidos, veja nossa tributação que empobrece nosso
poder aquisitivo, entre outras punições que sofremos diariamente de modo inconsciente.
O
que me chama a atenção decorre do fato de que determinados pensadores vêm com suas falácias,
apontando de uma maneira sutil e indireta que a corrupção é um problema social! Que ela está na sociedade, tendo como causa o povo deseducado! Sim, não negamos
esse fato. Sabemos ainda que determinados países o seu povo antes foi educado, a partir daí alcançando resultados de excelência no combate a corrupção. Contudo, ao nos
fixarmos apenas nisso, diríamos que somente após curar a sociedade é que baniríamos
a corrupção. Nessa toada começaríamos a defender, como noutros textos escrevi que "para curar a baleia teríamos que sanear o oceano" e me inclinaria em participar
de um movimento sanitarista da política, ou seja, primeiro sanear a endemia da
corrupção na sociedade, depois punir o indivíduo político já que este é fruto e
ao mesmo tempo vítima do sistema! Se assim fosse deveríamos revogar as leis
penais e eleitorais e voltar-se em educar o povo. Em assim pensando, culparia a sociedade pelo crime e não o elemento degenerado; Culparíamos ainda os
pais pelos filhos infratores e não estes e a responsabilidade seria apenas de “o todo” coletivo e
não da parte criminosa. Insisto, isso seria uma solução? Na teoria até poderia
ser! Desse modo minha matriz política estaria voltada à teoria social, ou
socialismo, me filiaria na corrente da responsabilidade coletiva e focaria até no gênero
(enquanto diferenças sociais)! Contudo, penso de modo diferente e diria que não é o todo (o coletivismo
ou sociologismo) nem a parte (psicologismo) que terão as respostas perfeitas. Por
outro lado, tenho certeza que num país em que a corrupção aparece,
primeiramente teremos que curar o indivíduo corrupto através da aplicação de
instrumentos legais, para que ele possa entender que esse mal não compensa,
pois causa danos à sociedade.
Mas
não penso apenas nesse sentido, também me filio noutro tipo de sociedade que surge
independente do indivíduo, e na fixação dos fins que reside no Estado, este enquanto composição! Por isso, minha sociedade tem certos traços e formas
que Emile Durkheim descreveu
sobre ela, onde me referi no texto
Sobre a Sociedade, o Estado, o Povo http://utquid.blogspot.com.br/2016/01/sobre-sociedade-o-estado-o-povo.html
: “Desse modo, me leva a raciocinar que “numa sociedade o grupo
pensa e age diferente do que seria se seus membros estivessem isolados.” Como o
hidrogênio bruto extraído de uma célula, que por si só não explica essa vida.
Portanto, um Estado pode ser a melhor parte de seu povo, seja na administração,
ética, moral, progresso, evolução, etc, ainda que seu povo assim não seja. A
biologia e as ciências físico-químicas são tal como ocorre entre a psicologia
(o indivíduo) e a sociologia em que apenas o indivíduo em si mesmo não define a
sociedade.”. Assim como, é o individuo que compõe a sociedade, todavia, os fins ou os pensamentos dos indivíduos e da
sociedade podem não ser os mesmos e penso que o Estado tem um fim ético e
moral, ainda que as partes assim não sejam. Nessa mesma linha, fundamentada no pensamento
de Platão, vide o que me referi no titulo “Localizando os Corruptos. No Gênero
ou na Espécie” (http://utquid.blogspot.com.br/2016/02/localizando-os-corruptos-no-genero-ou.html.) Posso dizer então que localizar a corrupção dentro do gênero e da espécie humana, é mais difícil do que localizar no corpo, porém, mais adequado ainda é cuidar da alma (no sentido de mente), vejamos: Assim, a
corrupção no corpo não pode ser combatida, mas enquanto na alma, para evitar a
corrupção, tenho que exercitar a parte boa, tal como exercito meus músculos,
facilitando os movimentos e combatendo o sedentarismo. Ao exercitar a parte
melhor da alma é que diminuo a parte ruim, onde se localiza o núcleo
corruptível. Portanto, não posso combater a matéria ou ser corrupto enquanto
corpo ou composição, seja no gênero ou na espécie, pois ela pode se eternizar,
sendo imperecível, senão afugentar ou ofuscar a parte ruim da alma. Concluo que a corrupção deve ser combatida no
indivíduo, em especial, na sua alma para afugentar esse mal que afeta a nação, ou seja,
começo primeiro no individuo alimentando de boas virtudes sua alma, pois começar da sociedade rumo ao individuo, trata-se
de um método sociológico, mas este também pode ser utilizado, desde que esteja isento de ideologias corruptas, uma vez que inúmeros métodos sociológicos carregam ideologias de adestramentos coletivos no
qual a corrupção funciona como instrumento de poder. Ao contrário, na alma a
corrupção pode ser diminuída, enquanto retirado o excesso presente no seu núcleo corruptível. “Somente restará exercitar a parte melhor da
alma do Ser, como advertiu Platão, para superar a superabundância da pior,
procurando rotineiramente inculcar virtudes nas pessoas”.
Finalizo,
dizendo que primeiro se faz profilaxia no individual rumo ao Coletivo. Por
outro lado, o Estado está distante dessas duas matrizes (individual ou
coletiva), uma vez que não é o individuo corrupto por si só que constitui e afeta o Estado, pois este deriva de uma
composição de elementos que define os seus fins enquanto Estado e que difere daqueles, devendo este ser
a parte imaculada e blindada por normas em proteção ao bem comum que tanto necessitamos. Simples
assim!
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
(texto sujeito a mudanças e correções)
Postei a matéria acima sem perceber que era o meu rascunho ainda em construção. Assim, fiz ajustes para poder facilitar a compreensão, e amanhã examinarei novamente.
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