(O
Susto era sonho, a falsa representação da imaginação passiva e não decorreu de
o meu corpo envelhecer a cada dia, mas das coisas que mudam...!)
Se
tudo muda, está em fluxo, ou flutua, também os conceitos, pois as coisas sensíveis mudam
facilmente. A vontade da moral não difere desse dilema, começa pela sua geração
e após pela degeneração e a conseqüente decadência política, e até a difícil
volta ao virtuoso. Mas então, é natural que o método seja o dialético, uma vez
que nada é definitivo. Contudo, assim seria cômodo, pois esperaríamos pela
eterna mudança e nada que eu faria seria capaz de me estabilizar! Certamente, “o que procuramos é na verdade a essência
das coisas, aquele núcleo que não muda, ou pelo menos para entender a
constância da mudança”. A mudança pode romper a matéria, todavia e em regra
permanecem os elementos. A matéria rompida pode aniquilar a estrutura sem um
possível restabelecimento, extinguindo a orgânica. Então, a mudança aprazível se
faz através dos elementos numa combinação, uma vez que os elementos oferecem a
maior quantidade e qualidade de composições/combinações do que as matérias
entre si. Claro, pois os elementos são mais estáveis, veja, por exemplo, o oxigênio
e hidrogênio podem permanecer na decomposição da água e esta desaparecer enquanto
orgânica. Aqui quero demonstrar apenas a procura da Constância e estabilidade
das coisas. Alguns querem saber isso para
ir à direção da sublime fama e outros buscam uma cama essencial (p.43 - 52). O
certo é que algumas das coisas guardam Constância, mantendo certa medida, o
fogo, a água, a terra e o ar têm certa Constância e medida. O Sol como o pai do
fogo guarda Constância na mudança, pois obedece a leis cósmicas em períodos ou
ciclos certos, dando origem, alterando ou afetando as coisas na terra, ao tempo
em que fornece o calor na medida para cada coisa em especial ao ser sensível. A
busca da medida das coisas na composição é a parte essencial que uma “razão”
procura estabelecer. Portanto, a dialética apenas duvida das coisas que permanecem e
máxime estabelece a síntese do problema, mas falha ao não encontrar a essência das
coisas que não mudam ou que obedece a Constância mesmo na mudança. Até aqui fui
simplista e se aprofundasse tais questões seria facilmente rotulado de mecanicista!
Acordei
com o susto da mudança, mas era um sonho, ufa, explico! Claro, já tinha lido e
escrito essa passagem em Platão, mas revendo o trecho citado em Popper (1959,
p.59), insisto em novamente transcrever: “De
muito maior mérito, embora também inspirada pelo ódio, é a descrição que Platão
faz da Tirania e especialmente da transição para ela. Insiste em estar
descrevendo coisas que ele próprio viu; alusão, sem dúvida, a suas experiências
na corte de Dionísio, o Velho, tirano de Siracusa. A transição da democracia
para a tirania, diz Platão, é mais facilmente produzida por um líder popular
que saiba como explorar o antagonismo de classe entre ricos e pobres dentro do
estado democrático e que consiga organizar um corpo de guarda ou em exército
privado, seu. O povo, que o saudou a princípio como o campeão da liberdade, é
logo escravizado; e a seguir deve lutar por ele, “em uma guerra após a outra,
que ele deve provocar... porque precisa fazer o povo sentir a necessidade de um
general”. Com a tirania, chega-se ao estado mais abjeto.”.
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
Correção: "mas falha ao "não" encontrar a essência das coisas que não mudam ou que obedece a Constância mesmo na mudança."
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