Devemos
regular o comportamento humano sobre a natureza, pois em regra a natureza é a
mãe do fluxo.
-
Percebemos que a natureza ela mesma com o tempo pode mudar, obedecendo a Constância
da mudança, num fluxo gradual e por exceção violenta (furacões, tempestades...).
Vivemos
aproveitando o fluxo da natureza, seja da água, do vento, do fogo, das plantas
e riquezas sobre a terra, da pressão atmosférica, das ondas magnéticas e também
pela incidência dos raios solares...
Daí
o comportamento humano deve se inserir no fluxo da natureza, criando técnicas
com estabilidade no fluxo das coisas.
Portanto,
as leis naturais e as convenções humanas estão relacionadas, apesar de certas
leis humanas estarem focadas entre pessoas em si (Os mandamentos: não matarás, não
furtarás...).
Por
outro lado, observamos a inalterabilidade das coisas essencialmente da
natureza, pois são em regra inalteráveis em determinados núcleos. Por exemplo,
quando construímos uma barragem sabemos que as coisas que a natureza fez, no
caso o fluxo das águas, tem seu curso inalterável. Não esquecendo que o fluxo
ocorre mais sobre a superfície, nunca na base em si mesma, pois a base serve
para dar estabilidade. Desse modo, o fluxo que seguimos é em regra conduzido
por ajustes tecnológicos e de relações que provocam mudanças de preferências estáveis através do núcleo essencial do fluxo. Vejamos, não podemos construir uma barragem para
gerar energia pelo volume e pressão contidos ou captar água com o dique feito no
ponto mais elevado do cume de uma montanha, senão aproveitar, na medida, o fluxo
vindo dela. Assim como a luz solar construindo equivocadamente espelhos de
dispersão (convexos) para concentrar a energia, salvo para ampliar a visão... Mas
o movimento contínuo de coisas, grupos, pessoas, sem que haja uma base, um Estado, por exemplo, certamente, nem uma sociedade ou pessoas poderiam
transitar, pois a base é que concentra a energia ou o potencial dos seres inanimados e dos sensíveis. Portanto, o Estado é a base e o potencial do fluxo das pessoas. Se a luz do
sol permanecesse em fluxo (movimento) não produziria energia, senão após colidir
com a base terra. Nem a água geraria energia elétrica sem a base de
estabilização da barragem. Por exemplo, um contínuo movimento social seria um fluxo
sem o aproveitamento da energia natural de vindicação, salvo em contentar ser como as tempestades imprestáveis. Nesse errôneo movimento social não haveria ato, ou haveria ato falho, senão apenas uma potência de vindicar dispersa. Um
típico exemplo seria um movimento de reforma agrária sem objeto, pois sem uma
base seja agrária ou social justificável ou ainda de aptidões dos elementos
agrupados. No entanto, pode existir um quadro ainda pior, ou seja, uma reforma
agrária sem resultados emancipatórios (sem a emancipação social ou individual
do assentamento agrícola). Seria um movimento contrário ao movimento natural e
identificado como hipótese naturalmente refutável, uma vez que o fluxo do
movimento aceitável será o de emancipação do projeto enquanto ato naturalmente desejado. Nesse exemplo, deporia severamente contra a “mecânica social” defendida por seus seguidores, ou seja, notória falha na pretensa superação da razão, esta enquanto coisa individual, pela
força maior contida na consciência coletiva do movimento, enquanto somatório de todos os indivíduos –
“o todo”. Nesse exemplo, em caso de fracasso, os elementos ficariam presos ao
todo dessa mecânica social , sem liberdade de novas combinações de movimentos, num regime totalitário de grupo. Todavia, é
natural que os elementos, ou seja, os indivíduos possam em regra geral ser acolhidos
na liberdade e destinados para servir em novas composições segundo suas
habilidades, transmudando o fluxo sociológico ao psicológico com “liberdade”.
Resta dizer que, em regra, quando falham as
ideologias, permanecerá o último elemento (o indivíduo) como sendo o elo a ser
libertado, preservado, resgatado e aproveitado no fluxo racional das coisas.
Portanto, o fluxo e a estabilidade guiam o social e o individual, cujas técnicas
alicerçam a maioria das decisões, até as morais que se relacionam aos fatos
bons, os preserváveis e alertando sobre o perigo dos decadentes.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário