Perguntei ao Mercador
comerciante: qual a coisa, bem ou produto que
você produz? Respondeu me que não produzia nada, apenas explorava a atividade
de comércio. Então me disse que a
atividade dele era a intermediação entre o produtor e o consumidor com o
intuito de lucro. A partir dessa informação imaginei o quão desnecessário seria
o comerciante como mero atravessador. Porém, antes de formar um juízo final, percorri
minha cidade e redondezas e observei que a mesma não era autossuficiente em
muitas coisas que eu usava, mas tinha fábricas que produziam tipos de produtos
que a cidade toda não conseguia consumir. Perguntei ao fabricante para onde iam
esses produtos, me disse que sabia de onde vinha determinados negociantes
compradores que levavam todo o estoque, mas não sabia quem usava ou consumia. Ora,
se não produzimos tudo o que precisamos e se excedemos em determinados bens, necessitamos
de outras pessoas que não são hábeis noutras profissões, que se ocupem em negociar
(negar o ócio - negócio) e que tragam de outras ou levem destas cidades aquilo que nos
carece e o que nos sobra. Se o agricultor, que produz o alimento ou os produtos
que servem de base ou insumos para outros processados, devesse ele mesmo vender, ficaria muito tempo
sentado na praça pública, sem se ocupar da sua atividade (Platão, a República,
ed. Martin Clarete, 2004. pág. 58). Então essa necessidade fará surgir tanto os
mercadores na própria cidade para serem intermediários na compra e venda, ao
passo que os que viajam pelas cidades regulando esse fluxo dos bens e produtos são
os negociantes.
Milton Luiz Gazaniga de
Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário