Entregar
este simplório livro é exercitar a felicidade. De fato, ele contém algumas
palavras que reputo interessantes e outras que apenas compõem as frases.
Contudo, somente as pessoas vividas, seja da tenra idade até aquelas além do
tempo médio, mas de apurado discernimento, poderão extrair das frias letras uma
luz diversa e melhor do que pude ou nele quisesse expressar. Jamais pretendo fazer
com que o leitor se transforme num mero reprodutor das ideias daquilo que escrevo.
Nesse sentido, gosto de citar o que já escrevi no texto 45 “O processamento”, pág.
108 do volume I, onde disse:
“Quando eu leio um
texto, faço o processamento; quando me alimento, o mesmo ocorre. Quando fabrico
um produto também faço um processamento. Mas quando passo o tempo todo lendo ou
me alimentando, é evidente que no primeiro caso não penso; no segundo apenas
engordo; no terceiro caso, quando apenas fabrico um produto, esqueço de pensar
na venda.
Diz Schopenhauer
em síntese que, “quando lemos outra
pessoa pensa por nós” (pág. 127)! Isso porque a leitura faz com que apenas
repetimos (pelos outros) o seu processo mental. Quando lemos em demasia
dispensamos grande parte do trabalho de pensar. A leitura nos alivia, pois ela
faz com que deixamos de nos ocupar com nossos pensamentos, e fazemos da nossa
cabeça durante a leitura uma arena de pensamentos alheios.”
Os
meus caros amigos são hábeis tanto pela natureza da alma, quanto pela luta em
cultivar virtudes, por isso são dignos de ler grandes obras, mas esta pequena e
humilde escrita não deve ser vista na literalidade, mas a partir da alma desses
meus estimados leitores que certamente darão uma significância maior do que nas
frases que firmam minhas mensagens pude atribuir. Sei que as letras e palavras
são apenas linhas que formam as cordas do instrumento leitura, cujas notas e
musicalidade será ditado por meus honrados amigos e leitores.
Ler
um livro de receitas gastronômicas, aprimoramos o paladar; de ciências contábeis,
organizamos nossa economia; de direito, estabelecemos e demarcamos as relações
na sociedade; de história, abrimos as janelas do passado e pensamos no presente
e futuro; de filosofia atingimos de modo severo a mente ou a razão, perturbando
ou exaltando o entendimento, levando o pensamento ao incondicionado toda vez que
libertar as categorias de aprendizado da sua limitação tradicional e
condicional. Claro, sempre para o bem.
Mas
este livro apenas aprimora a amizade que está perto da nossa busca maior, sendo
a ponte para a felicidade! Sim, pois a busca maior da pessoa é a amizade para
ser feliz! A amizade está muito próxima do amor, desse modo, posso dizer que o
amor é mais restrito do que a amizade, sendo esta de maior amplitude. Ou seja,
a amizade é o círculo maior, o continente, na qual o amor está contido. Quis
dizer que todos aqueles que amamos está dentro do nosso círculo de amizade.
Quanto maior a amizade mais amor posso encontrar e cultivar, culminado na
felicidade.
Então
a amizade enquanto uma ponte, se firma na confiança daqueles que se conhecem
reciprocamente nas virtudes. Quanto a amizade se faz pelos vícios, não é
amizade, mas qualquer outra coisa instável e perigosa. Vejo virtudes nos meus
amigos, pois sem vocês, os verdadeiros obreiros, este livro seria uma pedra
bruta a espera para ser polida ou lapidada!
Deixei
uma página em branco que representa a vastidão que me falta a ser preenchida
pelas vossas sabedorias.
Mas
confesso que tenho angústias quando escrevo, pois não consigo expressar minha
imaginação, a qual fica saltitando a procura de um leitor que conforte e
adivinhe aquilo que quis produzir, pois não sou capaz de surpreender senão pela
extração da essência ou espírito do manuscrito, cuja tarefa cabe aos estimados
leitores e colaboradores. Obrigado.
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
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