Então,
parece que nada existe antes mim que não seja melhor, pois estamos degenerando. Contudo, surge a Política, o período
eleitoral em curso. Estas vidas de línguas, mas de cérebro estreito contradizem
meus pensamentos, pois falam que o universal se encontra no Estado, até minha
moral posso lá encontrar. Destroem a existência presente e a que passou. Apresentam
idéias perfeitas, dizendo que a culpa foi do fluxo, pois antes das coisas em
fluxo tudo era melhor, todavia o movimento do fluxo se direcionou rumo à decadência. Mas
eles vêm combater esse destino Platônico, propondo um novo rumo Aristotélico de
que as idéias e ou as essências estão nas coisas em fluxo e que farão mudanças ante a assunção da Chefia do Estado. Elevarão os bens através do progresso (devir),
pois com eles as essências se desenvolverão em direção a uma causa final realizante
e auto realizada em si mesma. Portanto, apostando na Estabilidade das coisas em
fluxo, pois esse fluxo com a intervenção deles terá etapas que se aproximarão
cada vez mais da perfeição e nunca mais será decadente! Então não preciso mais
me preocupar com minha individualidade. No entanto, trata-se de um período (político) de maldita
fertilidade que proliferam vidas de línguas, e cada argumento político tem um contra-argumento
para enfeitiçar o público eleitor sem colocar um paradeiro nessa metafísica das línguas,
cuja sonorização, como meio, não necessita de argumentos racionais diante de cérebros
estreitos. Isso me causa uma corrupção intelectual e “só sei que nada sei”. Sempre
revivem a antiga dialética ao argumento de contradições e antinomias, buscando
uma síntese no verdadeiro mundo Socrático da parição. Mas antes disso voltamos a
uma antiga controvérsia, ou seja, se a razão está no individuo ou no produto do
grupo social e do seu desenvolvimento histórico. Assim, nos cérebros estreitos,
as idéias, a realidade, as coisas, as essências..., ficam sem identidade,
contidas no mundo da fantasia desses receptores, que passam a cultuar dogmas de
apenas “estar numa posição”, já deliberada. E ficamos apenas no mundo acidental
do acerto ou esperando que os bons insumos/substratos e contingências facilitem nossa
sorte. Sim, é este o verdadeiro mundo da Política, porém, necessário para podermos intervir
nesse contaminado campo das línguas, apenas sonorizadas.
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
Substitui a palavra "porvir por parição" (simbolizando o método maiêutico de Sócrates.
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