Neste
dia 1º de maio estou chateado, veja. Tenho amigos, se bem que constitui
exceção, que postam toda hora na mídia social (face book, WhatsApp...) defesas
incansáveis de seus líderes! Por favor, faz me parecer a música “Admirável Gado
Novo” de Zé-Ramalho, pois sem saber são "marcados por seus donos". Também me faz lembrar uma forma
de recriação da superestrutura exposta por Karl Marx, porém com novo
viés em que surge na infraestrutura o aspecto supostamente intelectual e não mais
o material. Verdade, não mais na pessoa ou classe do trabalhador como atora
principal, mas meros coadjuvantes. Agora aquele que se diz intelectual é quem condiciona
o social, no entanto, criando um bando de grupos, seguimentos adestrados por
doutrinas que inculcam a eles portarem estigmas, e que dependem das condições
de tutela do seu líder como bolsas e criação de inúmeros e especiais benefícios
para fazer frente as reparações, etc. Na verdade, isso define o novo conceito
de infraestrutura, pois de acordo com as relações de forças em que essa fictícia
sociedade foi dividida em grupos, os seguimentos dito estigmatizados contra
supostamente um todo dominante, e não mais centrada na classe trabalhadora e ou
operária, enquanto base material. Sim, mas agem no mundo real sem se importar
com a base material que era então focada
nos bens, serviços e produção, ou na mais valia intrínseca. Senão agora exigindo
benefícios e reparos, não se importando com as coisas fungíveis, infungíveis que
a decisão da maioria numa democracia preserva e é pautada.
Veneram
aqueles que fazem como Licurgo da antiga Grécia e Esparta em escrever leis contendo a permissão ao grande descanso e lazer, sem qualquer esforço, instituindo a ociosidade.
A
superestrutura política encabeçada por seus líderes e suas ideologias atuam sobre
a infraestrutura de estigmas que contém esse “povo marcado, mas supostamente
feliz”. Não mais se importando com a produção, mas distribuindo a ociosidade em
benefícios, discursos de reparo às perdas supostamente históricas.
Amigos,
não estamos num regime ditatorial para eternizar pessoas nos cargos ou poder,
ainda que supostamente líderes. Eu não cultivo doutores na política pois a política
é uma arte. Contudo, sabemos que ao conduzir-se ao poder a pessoa escolhida deve
adotar a ciência e seguir os critérios científicos na maioria das suas decisões.
Não devo favor para nenhum governo, senão o de trabalhar, instruir-me da melhor
forma que eu puder, e praticar uma atividade licita e preferencialmente lucrativa.
Também pago impostos como a melhor forma de solidariedade entre as pessoas, resultando
em obras e serviços públicos e por isso cobrando uma boa administração de governo
enquanto dever de proteção e gerenciamento de nossos recursos.
Comecem
a pensar e mudar pensamentos no sentido de que os líderes de hoje, quando já tenham
alcançados o grau máximo do poder, Presidente da República ou dos demais
poderes, por exemplo, devem ser trocados para que novas lideranças surjam, pois
em seguida também serão trocadas. Seria bem melhor que honradas lideranças ou
mesmo as falsas, se retirassem do poder e repousassem, ou fossem meros
conselheiros não remunerados, quando o seu mandato temporário vier a findar ou
acabar. Não censuro a veneração pelo “povo marcado” em seguirem seu líder na sua
feliz vida de gado, mas sem levar outros aos sacrifícios e cultos de santidade
para que seus donos voltem aos cargos. Por favor, entendam de vez por todas, que
quando as lideranças políticas não puderem ser renovadas, tenham a certeza que vocês
e seus partidos, grupos ou movimentos, estarão se submetendo ao mais cruel
adestramento, exceto eles que terão uma vida mais confortável possível. Lembre-se
que esse papel de cultuar santidades ou messias somente será saudável quando
estiver afeto a religião, ainda assim como coisas bem separáveis, ou seja, estado,
política e religião não se misturam. Envergonha-me quando num país, partidos ou
grupos tenham liderança única! É o sinal de que há um infame adestramento
ideológico mundano e não de saber.
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
Mas o problema da democracia quando despenca ao simples lado numérico pode ser trágico! Mas já escrevi sobre o paradoxo da democracia e isso me alivia. Disse Aristóteles: “É um dos princípios de liberdade que todos possam revezar-se no governo e, de fato, a justiça democrática é a aplicação numérica e não de uma igualdade proporcional; consequentemente a maioria deve ser soberana, e o que quer que a maioria aprove deve ser o resultado justo e final. Pag. 217- 2018 (...). Os vícios apresentados pela democracia extremada são todos encontrados na tirania: ... É por isso que o bajulador é igualmente estimado tanto na democracia como na tirania: ao lado do povo está o demagogo, e ao lado do tirano estão os cortesões que nada mais fazem do que bajular o tirano. Aristóteles, Política, pág. 208, 217-218).
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