sábado, 20 de fevereiro de 2016

Sobre o Professor – A Riqueza, a Cobiça

Utilizando-se da lógica Aristotélica – Todo o parlamentar é um ser humano. Se um humano ocupando a função de parlamentar vale monetariamente mais do que muitos professores, logo, eu posso enquanto ser humano valer mais vezes que outro humano professor. Não...! Essa igualdade é numérica, ou proporcional?! Mas deixamos disso, Aristóteles: “pois o bom nascimento e a virtude são raros, mas a riqueza é mais comum”. Então os ricos são encontrados em qualquer lugar (comum)! Se o parlamentar é rico monetariamente, então essa condição de igualdade comum em riqueza encontra-se em qualquer lugar!? Mas o professor pela vocação é raro?! Então a falta de professor se caracteriza como uma raridade o ser professor. Pelo menos a raridade me consola!
Mas contou Esopo (268) que “um burro felicitava o cavalo por este receber bons tratos e fartura de alimentos, enquanto ele não ganhava nem palha e sofria de grandes males. Contudo, chegou o tempo de guerra e o soldado montou no cavalo com sua armadura o levando para a batalha e o cavalo foi ferido e morreu. Sabendo disso o burro mudou de opinião e sentiu pena do cavalo.”
Então não terei inveja de seres com maior fortuna que eu, pois de um momento para outro são alvos da cobiça e expostos ao perigo, e sim vou amar a pobreza.
Por isso, me vem na mente a história do banquete de Xenofonte, em que cada conviva, por sua vez, apresenta a razão por que está contente consigo mesmo, uma descrição bem ingênua de república do tipo “estou contente comigo”, diz Cármides, “por causa de minha pobreza”, pois então hoje estarei livre até de assaltos (coisa bem atual!). Poxa! Mas nesse meu tempo até os professores são assaltados!!!

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

Um comentário:

  1. A lenda do burro e o cavalo, de Esopo, bem interessante.
    Como em muitas atividades que fazem mais pelo dinheiro do que pela vocação, ser professor implica em vocação, e é raro. Não basta ter conhecimento, tem que ter o dom de transmitir, por isso professor deve ser valorizado e também exigido, pois quem não sabe transmitir não deveria servir de nossos mestres. A atividade de ensino deve ser vigiada pela sociedade, e não apenas pelos pais de alunos, que às vezes estão emotivos

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