terça-feira, 27 de março de 2018

Das coisas proibidas e as permitidas


Das coisas universais umas são proibidas, outras permitidas. Algumas coisas, substâncias ou bens, são universais, mas podendo ser regionalmente proibidas num local e permitidas noutros. Algumas afetam todos e de modo universal e outras são restritas. As coisas ou elementos universais mais abundantes são a terra, o fogo, a água e o ar, e quando delimitam pessoas, coletividades, ou ultrapassam fronteiras e continentes, devem ser supervisionadas, especialmente por todos através de governos, pois são no mínimo um meio pelo qual podem levar as necessidades ou abundâncias. O instrumento de proibição que controla as coisas e pessoas em regra é a Lei, umas proíbem, outras até proíbem proibir, bem como proíbem permitir e grande parte delas são de conteúdo negativo para que a liberdade seja geral em determinados pontos, especialmente no que diz respeito ao bem maior que é a vida (ex. matar alguém, pena de x anos). A proteção da vida individual e coletiva se torna o primeiro marco regulador das permissões e proibições. Depois vem outros bens, coisas ou substâncias que aparecem diante dos marcos reguladores das condutas e ações humanas. Notamos que a maioria das normas de proibições incidem sobre as coisas materiais. Diríamos que incidem sobre a alma material que conceituo como aquilo que é dominado pelos cinco sentidos, pois em regra estão relacionados com a percepção do meio interno e externo e para alguns filósofos as coisas só existem em funções deles que são o olfato, paladar, visão, audição e tato. O meio interno e o externo proporcionam uma grande variedade de sensações, podendo para uns ter intensidades diferenciadas de indivíduo para indivíduo, (como o vinho que é mais apreciado e degustado moderadamente após transcorrida a juventude, segundo o antigo deus grego Dionísio), que são percebidas através do nosso sistema nervoso que terminam ou se conectam nos nossos órgãos dos sentidos e geralmente incidem sobre as coisas. Quando ando na floresta elevo meus sentidos, seja pelo perfume e cores das flores, ou o aroma das folhas e galhos, também pelo frescor das sombras, o brilho, o som das águas e me sinto bem. Vale ressaltar que os órgãos se constroem e se destroem pelo fator tempo e ou antecipadamente pelo seu mau uso ou por moléstias. Então, a causa final do nariz (olfato) não é somente para suportar os óculos e as orelhas (audição) para carregar brincos, os dedos (tato) para os anéis, os olhos para circunscrever em cores de tinta, a boca para ornamentar de cores e piercing ou discursar. Portanto, nesses quesitos estamos cordatos que a causa final deve ser preservada e toda proibição ou permissão deve ser mantida dentro dos graus que não pervertam nossas faculdades. Todas as coisas e substâncias que pervertam ou favoreçam essa verdade universal podem ser regradas, pois tem substâncias, coisas e bens que destoam disso. Contudo, temos outras de caráter externo vindo da natureza e dos outros seres que também nos afetam, por exemplo o meio ambiente desajustado de um modo geral, mas também a calúnia, difamação, a falta de ética e moral e os maus costumes. Já a alma puramente espiritual, onde se encontram as idéias, a razão e quando residir apenas no plano volitivo sem que haja exteriorização pelos sentidos, não é dado proibir nem permitir, tão pouco doutrinar, senão educar, pois somente um sistema de governo totalitário pensa em regrar o espírito do povo. Mas a exceção disso decorre que a vontade, o desejo, ainda no plano imaterial, deve ser controlado pela razão com uma boa formação, para que evitemos a tragédia e estimularmos as realizações individuais e coletivas no campo intelectual e material.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

segunda-feira, 26 de março de 2018

Ainda sobre as drogas ilícitas


Tenho a impressão de que o abuso das drogas é crescente! Disse no texto anterior que o consumidor se acha impune! http://utquid.blogspot.com.br/2018/02/o-dilema-das-drogas.html
Certamente temos dados mundiais sobre as drogas. Vide no site:
Em 2015, cerca de 250 milhões de pessoas no mundo usavam drogas. Contudo, lembrem-se que nem sempre esses dados são confiáveis, pois entre os dados omissos estão aquelas pessoas usuárias que nunca tiveram registros ou ocorrências, seja médica (internações em instituições públicas ou particulares) ou policial, e em especial aqueles que não se sentem dependentes enquanto consumidores eventuais, ou seja, os dados oficiosos (extra oficial) certamente são assustadores. E mais, a omissão de dados oficiais também são recorrentes, pois, em muitos países por diversos fatores, entre eles está a falta de estrutura no órgão nacional e até ocultam esses dados para não serem estigmatizados, e principalmente para acobertar governos corruptos e financiados pelo crime organizado. Assim, optam pela omissão no envio de dados para ONU! Enfim, aqui no Brasil não tenho ideia de como atua o SENAD. Mas é fato que no meio leigo presenciamos um insistente discurso de descriminalização de determinadas drogas, ou seja, um discurso de “apologia ao crime” que diria, de maneira impune! Não discuto o comparativo dos efeitos ou graus de danos causados no tocante à saúde entre as drogas ilícitas versus lícitas, estas como tendo exemplo nas bebidas alcoólicas. Creio que as drogas ilícitas assim as são porque a maioria dos países do mundo a consideram como tal, e a OMS - Organização Mundial da Saúde deve ter seus estudos sobre o tema que bem define as consequências destrutivas ao consumidor. Os países que isoladamente pretendam descriminalizar certas drogas, mas que consideradas internacionalmente como nocivas, deveriam sofrer severas sanções econômicas ou retaliações de outras formas, pois muitas drogas, e as mais comuns vulgarmente denominadas como maconha e cocaína entre muitas outras, são substâncias que causam toxicodependência em pessoas de todo mundo, cuja saúde pública tem enorme despesa. Portanto, a liberação num país implica em torná-lo de fato um ponto distribuidor, entreposto, ou mesmo um péssimo paradigma de discursos contendo justificativas de fatos para liberação noutros países, sempre com danos incalculáveis nos povos, e contra as demais nações que as proíbem. Entre tantas questões prejudiciais, são utilizados indevidamente os meios de transportes que servem para deslocar, pessoas, produtos, bens e mercadorias permitidas, causando danos ao sistema de circulação. Sem contar com a causa principal como a guerra do tráfico desde a produção, pontos de venda, consumo e lavagem de dinheiro e no fim da cadeia a saúde pública, a vida dos consumidores e dos cidadãos comuns enquanto vítimas dos crimes de toda ordem! Em síntese, fica um questionamento: Não está na hora da ONU e OMC e outros organismos internacionais tomarem posições sobre o tema, estabelecendo até mesmo sanções comerciais, renovando o marco legal, de colaboração, fiscalização de caráter mais sério e eficiente?! Ou tem coisas ocultas sobre o tema?!!!
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

sábado, 17 de março de 2018

As essências das pessoas e a questão da igualdade


Essência: Aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo. Ideia central, argumento principal; espírito.” (Definição extraída do Google). Para ajudar a refletir sobre o assunto, estabeleci meu dilema sobre igualdade e diferença, e escrevi no texto -  A Separação entre Fazer e Querer – a Vontade:
 “, e assim na simples existência somos todos iguais, e a lei natural e convencional deve preservar essa primeira medida. Todavia, a diferença começa a seu modo e de acordo com a essência que conseguirmos.”
A natureza acomoda ou acalenta o indivíduo e a convenção estabelece a sociedade, numa igualdade aprazível e sempre em construção nesses pontos comuns.
Todavia, ao querermos nossas próprias essências, não podemos nos acomodar e devemos buscá-las as quais estabelecem nossas diferenças. Qualquer medida de igualdade que despreze as qualificadoras “essências” depois das nossas conquistas, passa a contrariar a lei natural e convencional, pois não é cordato querermos ser iguais fora dessa igualdade natural e convencional, uma vez que, contraditoriamente, ao utilizarmos o discurso retórico da igualdade, estabeleceríamos a condenável pura e simples desigualdade, pois, equivocadamente forçando a igualdade entre desiguais. Então, são as essências que estabelecem diferenças e estão em qualquer coisa do bem: vai desde o ato de estudar, ajudar em casa nos afazeres e no bom convívio com os seus. Também está contida no bem praticado fora de casa, ou seja, com os vizinhos, colegas, comunidade, comportamentos com os bens públicos e particulares, com os próprios e hábitos da cidade, com a região, no seu trabalho, tendo atitudes de conteúdo ético, moral e honestas. E só assim seremos diferentes e qualificados como pessoas boas. São essas as desigualdades do bem. Depois da igualdade natural e convencional (social), não podemos reivindicar outras que sejam dos outros e que estejam em nossa esfera pessoal de conquistas e dela ainda não fizemos uso. Assim, podemos sempre ser virtuosamente desiguais nos utilizando das possibilidades imediatas rumo ao caminho das essências acima apontadas.
Referente:  
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

quarta-feira, 14 de março de 2018

Canções de Ninar


No meio de tantas coisas desagradáveis e muitas outras boas, que vençam sempre as coisas boas. Que nossas crianças sempre tenham ao lado alguém que recite uma bela canção de ninar. Que os pais, avós e outras pessoas tal como os padrinhos ofereçam carinho e aconchego, aprendendo e cantando essas primeiras melodias de nossas vidas. Que transmitam a segurança, o conforto e o lado protetor a elas, iniciando um belo sono de imaginações diante das doces melodias. Assim, segundo os estudiosos, certamente terão um melhor aprendizado com a memória bem nutrida. Bons e excelentes humanos são construídos desde criança, tornando-se adolescentes e adultos eternamente jovens, receptivos e sábios e de um elevado grau sensorial, pois a ética e estética contribuirão na boa formação em especial através da música por meio do ritmo, harmonia, melodia, construindo a temperança da alma! Até Platão concorda que a música contribui, desde que ela não altere a educação honesta e deve estar em constante vigilância não se afastando das regras de instrução honesta estabelecidas para a ginástica e música. Faz críticas dizendo que: “os homens apreciam acima de tudo o canto que tiver mais novidade”. (...).  continua: " É que nunca se abalam os gêneros musicais sem abalar as mais altas leis da cidade, como Damon afirma e eu creio."  Ele reconhece a importância da música dizendo: Quanto, portanto, as crianças principiam por brincar honestamente, adquirem, através da música, a boa ordem e, ao contrário daqueles, ela acompanha-os para toda a parte, e, com o seu crescimento, endireita qualquer coisa que anteriormente tenha decaído na cidade” (A República, Ed. Martin Claret, 2005, pág. 117-118). Entre muitas canções, algumas pude pesquisar:  1. Nana Neném; 2. Boi da Cara Preta; 3. Carneirinho, Carneirão; 4.Tutu Marambá;  5. Sapo Cururu; 6. Frère Jacques; 8. Dorme Menina; 9. Brilha, Brilha Estrelinha; 10. Peixinho do Mar.
E que os artistas e músicos possam compor muito mais no campo da imaginação ativa. Faço referência ao que já escrevi “sobre a imaginação”:
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

quinta-feira, 8 de março de 2018

A Liberdade Americana (USA)

Seria necessário iniciar o tema com a análise de Tocqueville, ou seja, sobre o que ele dizia em relação ao espirito americano na sua viagem aos Estados Unidos (1831-1832). Mas não sem antes citar Max Weber o qual disse: No ocidente, a dominação do mundo (a criação, apropriação... das coisas pelo conhecimento ou pelo desejo de posse), enquanto que nas sociedades não ocidentais, o da fuga do mundo (O desapego das coisas meramente materiais). Veja ainda no site abaixo:
 “Em relação à civilização ocidental moderna, Weber irá definir seu racionalismo específico como sendo o do “racionalismo da dominação do mundo”. Esse racionalismo difere de modo profundo, por exemplo, dos racionalismos não-ocidentais como o da “fuga do mundo”, típico da sociedade de castas hindu, ou do racionalismo da “acomodação ao mundo” típico da sociedade tradicional chinesa. https://revistacult.uol.com.br/home/a-atualidade-de-max-weber-no-brasil/”
É claro, a racionalidade muitas vezes não pode ser genericamente considerada, pois depende da civilização aplicada ou da matriz civilizacional de cada sociedade específica. Quando a política em si mesma, aduziu Max Weber: “Desde que existem os Estados Constitucionais e mesmo desde que existem as democracias, o demagogo tem sido o chefe político típico do Ocidente.” (Ciência e política duas vocações, SP, Cultrix, , 4ª ed.,  p. 79).
 A matriz americana da igualdade está centrada na liberdade social e não econômica, como adiante faço considerações.
Acreditamos que Tocqueville descreve com muito acerto o espirito americano, todavia, sabemos que a democracia atingida apenas pelo critério liberdade nem sempre gera igualdades. Gera sim a igualdade social, mas não uma igualdade econômica e um bem-estar mínimo ao cidadão, justamente porque a matriz da igualdade, nas oportunidades e escolhas depende mais do grau de emancipação e de autonomia das pessoas/povos. Isso se demonstra diferente no espirito de outros povos, em especial do latino americano os quais são multiétnicos e por consequência uma formação cultural e religiosa diversa dentro da nossa própria nação (Brasil). Então, a Igualdade americana é essencialmente social, mas não econômica.
Obs. Liberdade social aqui mencionada consiste em que os ideais possam ser vividos para que todos possam ter acesso as coisas e bens, realizando seus objetivos ou metas com seus próprios esforços, ou a utilização da sua liberdade individual, ou seja, a sua autonomia. A liberdade social que conceituamos então se difere das sociedades fechadas que entrega tudo supostamente resolvido, pois nesta a pessoa é menos livre, mais coacta, uma vez que você não pode colocar-se onde deseja ou que merece.
 Tocqueville pág. 40-41 (Viagem aos Estados Unidos) narra na sua época (1831-1832) o espirito americano. “O americano é devorado pelo desejo de fazer fortuna: é a única paixão de sua vida; ele não tem lembranças que o liguem a um lugar ao invés de um outro; nada de costumes inveterados; nenhum espírito de rotina; é testemunha cotidiana das mudanças mais bruscas da fortuna, e teme menos do que qualquer habitante do mundo expor o adquirido na esperança de um futuro melhor; porque sabe que se pode sem dificuldade recriar novos recursos. Entra, pois, na grande loteria das coisas humanas com a segurança de um jogador que só arrisca seu ganho. O mesmo homem, disseram nos amiúde, tentou algumas vezes dez estados. Viram-no sucessivamente comerciante, homem da lei, médico, ministro evangélico; habitou vinte lugares diferentes e em nenhum lugar encontrou laços que o retivessem.”  
Aduzo que o Americano enxerga na liberdade como sua primeira conquista depois da vida. Sobre a superioridade dos costumes sobre as leis, disse Tocqueville “Depois de se ter refletido bem sobre os princípios que fazem os governos agirem, sobre aqueles que os sustentam ou arruínam, quando se passou muito tempo a calcular com cuidado qual a influência das leis, sua bondade relativa e sua tendência, chega-se sempre a esse ponto que acima de todas essa considerações, fora de todas as leis, encontra-se uma força superior a elas: é o espirito e a moral do povo, seu caráter. As melhores leis não podem fazer funcionar uma constituição a despeito da moral; a moral tira partido das piores leis. Esta é uma verdade comum,...”. Portanto, vejo que o direito consuetudinário americano  é mais vivo e superior ao legislado, por isso mesmo o sistema common law impera na justiça americana. Ao contrário do direito brasileiro positivado/legislado, com matriz no sistema civil law, ocasiona profundos entraves burocráticos aos critérios de justiça.
Mas o que isso reflete na nossa atualidade aqui no Brasil ao criticarmos determinadas práticas norte americana?! Ora, somos um povo com muitas diferenças e pontos em comum com eles, claro! Portanto, não temos o direito de transportar exemplos de lá para cá nem impor nossas regras de conviver ao povo de lá! Pois lá impera efetivamente “a dominação do mundo”, lá impera a liberdade social que é diferente da matriz de liberdade econômica daqui que sofre intervenção por regulada. A própria religião de um modo geral se difere também. Significa dizer que lá a economia deve ser apenas minimamente regrada pelo estado. Significa dizer ainda que o uso e porte de arma está naquele país dentro do conceito de liberdade social e da imposição do costume e moral, da religião do povo norte americano e de seu caráter, já que o estado não deve proteger diretamente o cidadão, mas abster-se de muitos atos. Paradoxalmente, aqui o desarmamento do cidadão vem trair o espirito de liberdade, mas não de modo similar ao do espirito americano como narrei, porém, pela bandidagem descontrolada que via transversa nos tolhe a liberdade e faz nascer a consequente necessidade de possuirmos a mínima autodefesa ou proteção pessoal e renascer o direito de possuirmos arma. Mas com adequados treinamentos e orientações pelo menos no âmbito domiciliar de todo o cidadão brasileiro desde que atendam certos requisitos legais objetivos.
No ano de 2017 presenciei uma narrativa do espirito escandinavo, que poderia dizer pra mim mesmo, com sendo o conceito da busca ou chave da felicidade daquele povo. Então, narro sem qualquer caráter científico, no qual uma historiadora afirmou, ironicamente, que o sonho do jovem nórdico era fazer economias suficientes para comprar um barco, morar numa ilha e ser feliz. A referida narrativa pelo menos apontou uma reflexão sobre o futuro da região, uma vez que o povo começou a se sentir melhor ao desapego da apropriação das coisas ou se recusar em fazer fortuna/capital, mas ter momentos aprazíveis, como um jantar à luz de vela, reunião em família,  beber um vinho ou cerveja com amigos, curtir a música ou cantar, saborear um café ou comida de pratos típicos como caranguejos... Todavia, isso provocaria muito desconforto à nação, pois sendo um estado do bem-estar social em especial com a educação e cuidado das pessoas desempregadas e idosas, financiado pelos impostos, esse elemento financiador tributário como sendo geralmente os bens, capital, rendas, sua consequente redução geraria muita preocupação. Claro, a pessoa inserida no espirito do bem-estar social, buscando a felicidade se sentiria desconfortável para gerir e manter a riqueza no plano individual, pois exige esforços e muita dedicação. Dito isso, resulta que a simples e pura busca pela felicidade pode causar um desinteresse geral pela apropriação e administração individual das coisas que envolvem riquezas e haveria inevitavelmente consequente retrocesso econômico aos países, caso povo viesse a se revestir efetivamente do espírito da busca apenas da felicidade, similar ao comunismo da igualdade econômica genérica, numa espécie de fuga do mundo.
Assim, concluo que a liberdade social americana difere em parte dos demais espíritos de civilizações dos outros povos. Poderia introduzir mais análises, porém tornaria o texto longo.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Obs. Texto em construção com possíveis alterações.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Curiosidades: Por que o mar é salgado?

O mar é salgado principalmente por causa dos rios!
O cloreto de sódio (sal) no mar é mais abundante, mas também existem outras substâncias como o bicarbonato de cálcio, cloreto de potássio e outros minerais..., cujo processo decorre de corrosão das rochas, erosão do solo, sendo transportado pelas chuvas e principalmente nas correntes das águas dos rios, encostas oceânicas e ainda dos vulcões, que diluem minerais e/ou se recompõem na mesma fórmula ou noutras substâncias minerais, entre elas o sal mais abundante, depositando-se nos mares. Tudo isso se processando durante milhões de anos. Ora, quando a água do oceano evapora, os sais e composições similares, por mais pesado ou diferentes de estado físico-químico naquele momento do que as propriedades dos átomos (molécula) de H2O (água), não acompanha a elevação em nuvens/umidade e o consequente deslocamento destas pelos ventos, permanecendo em depósito nas águas marítimas, sendo que o vapor da água vindo do mar retroalimenta os rios com água pura num eterno processo de hipotética perenidade dos rios que por sua vez novamente carregam pequenas quantidade desses elementos/sais e minerais ao mar sem retorno. Portanto, os rios recebem com os ventos 23% dessa água evaporada dos oceanos/mares, mas 77% caem sobre os mesmos oceanos. Então os mares ou oceanos, não conseguem devolver aos rios ou terra as substâncias neles depositadas.
Nós humanos, também podemos ser um oceano de depósito de sal/amargor, se não formos capazes de desfazer-nos de certas substâncias ou virtudes e sabedorias, aquelas em demasia, seja partilhando amizades, felicidades, alegrias, confortando os tristes e sofridos, realizando trocas ou distribuindo as boas coisas e objetos que chamamos de sobras ou acúmulos, mas que em nós não serão inteiramente aproveitados, então, podendo perecer mais tarde. Se praticarmos ao contrário sem essas trocas, nos tornaremos um "mar morto"!
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Fontes:

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O Dilema das Drogas.

A questão da violência em função das drogas ilícitas que está aniquilando nossa sociedade, tem um viés de múltiplas culpabilidades. São culpados quem planta, vende, trafica..., mas na ponta da cadeia, ou dessa rede, do atacado para o varejo, pulverizado pelo mundo está aquele que consome drogas!
Quem consome não se acha culpado pela violência, ainda que financiador do sistema! Imaginam que nós, os pagadores de impostos, teremos que financiar a cura do viciado, e sustentar todo um sistema penitenciário de elevado custo para colocar na prisão os traficantes, plantadores/cultivadores de plantas psicotrópicas, laboratórios químicos, pontos de vendas, facções... Claro, menos o consumidor que se acha imune! Bem, imagino que temos o dever de solidariedade, pois a dependência química é bem séria e uma questão inegável de saúde pública, mas não ao ponto de sermos lenientes, pois daí também seriamos culpados! Lembramos que nosso direito não adota a tese da responsabilidade coletiva para arcarmos com os ônus financeiros, nisso considerado todo o aparato médico e hospitalar, apesar do sistema SUS ser pensado exatamente na responsabilidade coletiva em prol do verdadeiro cidadão e financiada pelos impostos! Por outro lado, os impostos ficam limitados para cobrir um imenso contingente policial, penitenciário e respetivas estruturas adequadas nessa luta contra as drogas!
Então, está na hora dos consumidores de drogas ilícitas e/ou seus responsáveis, pais, avós, irmãos..., terem a devida responsabilidade, ou seja, se esforcem objetivamente, exteriorizando e registrando a sua ação no sentido de que convenceu o próprio viciado em optar em ser tratado ou mesmo internado voluntariamente, pois quem participa por omissão do evento também tem seu grau de culpabilidade. Todavia, a outra ou única opção está em que o viciado sofra efetiva penalidade, especialmente pecuniárias para financiar o tratamento dele e se cotizar com os demais cidadãos que se encontram nessa condição, bem como que os seus responsáveis parentes sejam também caracterizados como solidários pelas dívidas ou multas aplicadas. Assim como, que seja o infrator pessoal e devidamente apenado, publicizado e registrado para constar seus antecedentes, já que voluntariamente não demonstrou efetividade.
Observo que os consumidores eventuais de drogas ilícitas são os piores! Pois é certo que estão em maior quantidade e se acham não viciados e inofensivos ao sistema!
Está na hora de a segurança pública e demais profissionais se preocupar além da embriaguez por álcool, também identificar as demais drogas fixadas no indivíduo, pois o álcool causa um dano inegável e visível, já as drogas ilícitas vão além disso, sustentam uma cadeia de crimes. Talvez se efetivasse a abordagem em pessoas com evidências ou por denúncias de estar intoxicado, independentemente de dirigir, pois se constatado a intoxicação, resta dizer que já causou imensos prejuízos para ele e para nós, coletivamente. Já que no mínimo financiou o tráfico e crimes, e nesse sentido, o bem a ser protegido vai além da responsabilidade individual, pois em flagrante dano coletivo. Já quem for abordado e não estiver intoxicado, que receba os devidos elogios e o “selo de qualidade” de até então não estar causando danos social (claro, simbolicamente)!
Pois é..., seguindo o pensamento de Platão, o consumo de drogas seria um vício da alma, da mente, podendo ser combatido praticando as virtudes e através de um processo educativo em melhorar a essência do indivíduo (a parte boa da alma), para se fazer entender o quanto mal causa para ele e para todos.
Por outro lado,  interpretando Aristóteles, poderíamos dizer que a droga é uma substância cuja essência do mal está nela e não na alma do indivíduo que a consome!  Neste último caso o aparato seria meramente policial, pois o objeto do potencial ou relevância causal ofensivo é a droga, a coisa!  Então a apreensão de drogas por si só resolveria o dilema. Mas o indivíduo consumidor da ponta (do varejo) seria elemento neutro ou no máximo passivo do sistema. Todavia, sem um critério de compromisso do indivíduo (o psicológico e não o coletivo), seja voluntário a se desfazer do vicio ou forçado por critérios infracionais financeiros e penais, teríamos indivíduos frouxos às drogas e incapazes de construir sua essência e de sairem de bandidos a heróis!

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira